5º Seminário Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão

De 18/05/2009 à 22/05/2009

Exposições de Arte: questões conceituais, sensíveis e técnicas

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: curadoria, exposições, espaços

O presente resumo refere-se a uma investigação desenvolvida no período de 2006 a 2008, em cinco cidades: Joinville, Jaraguá do Sul, Blumenau, Itajaí e Florianópolis. O objetivo foi analisar e compreender o processo de construção das exposições de arte contemporânea, a partir de aspectos conceituais, sensíveis e técnicos de suas curadorias. O encaminhamento metodológico se apoiou nas teorias da arte contemporânea e da antropologia simbólica. Fundados no pensamento de Bakhtin, partiu-se do pressuposto de que uma exposição é um discurso poético cuja característica principal é a polifonia, cuja decorrência é a intertextualidade. São textos entrecortados por vários outros textos que se cruzam no tempo e no espaço, colocando em movimento subjetividades. No espaço expositivo convivem diferentes temporalidades, isto é, na relação entre curador, artista, obra, equipe e público ocorre diferentes percepções dessa experiência estética. Os procedimentos operacionais de pesquisa foram: embasamentos dos conceitos norteadores da pesquisa no que diz respeito às exposições, curadorias e questões técnicas, espaciais e de comunicação; mapeamento das instituições e exposições visitadas durante os três anos; visita in loco das exposições para análise e registro fotográfico dos aspectos investigados; entrevista com organizadores, responsáveis pela montagem das exposições e monitores, quando tinham. Durante este período foram analisadas setenta e uma exposições, assim distribuídas – oito em Blumenau; vinte e nove em Florianópolis; uma em Jaraguá do Sul; vinte e nove em Joinville e quatro em Itajaí. Os espaços expositivos visitados dividem-se quanto a sua natureza jurídica em municipais (seis), estaduais (três), federais (um) e privados (cinco). Observou-se, neste período, que o grande promotor das exposições são as instituições municipais, uma vez que a grande maioria delas ocorreu em espaços gerenciados pelo município, destacando-se o papel relevante destes na promoção das exposições de arte. Entre os gestores das instituições visitadas a grande maioria não tem formação em arte, quase sempre estão nestes cargos por questões de ordem política, logo não possuem experiência na área. Os maiores problemas de montagem das exposições foram detectados nos locais que não possuíam pessoal com formação específica e que não havia curadoria própria ou contratada. Muitas vezes foi o conjunto das obras que deu o tom da exposição, minimizando a carência de uma curadoria. Quanto à melhoria do espaço físico expositivo, observou-se que apenas três fizeram investimento significativo, as demais apenas mantiveram o que tinham. Embora haja problemas constata-se a existência de espaço significativo para as exposições de artes visuais.

ISSN: 1808-1665