14° Seminário de Iniciação Científica

De 19/10/2009 à 23/10/2009

Narrativas de mulheres egressas do sistema carcerário da cidade de Joinville

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Sistema Carcerário, Memória, Mulheres

Inspirada nas internações em mosteiros e reclusões em celas, característicos da igreja católica no período medieval, tem-se início a pena privada de liberdade como ato de punir. No entanto é no século XVIII que iniciam-se as discussões acerca do sistema, não somente como um ambiente com a finalidade de apenar, mas também de isolar e “ressocializar”. Vários foram os sistemas e modelos prisionais construídos, no entanto a realidade atual do sistema prisional denuncia uma instituição falida e ausente de qualquer trabalho ressocializante. Em pesquisa anterior, pôde-se constatar o crescimento desordenado da população carcerária feminina e os altos índices de reincidências, apontando para a ausência de um trabalho ressocializante por parte das instituições, bem como políticas públicas voltadas para mulheres condicionadas e egressas do sistema carcerário. Neste sentido, esta comunicação tem como principal objetivo problematizar narrativas de mulheres egressas do sistema carcerário de Joinville contribuindo com a historiografia local, podendo instrumentalizar órgãos como o Conselho Carcerário de Joinville e o Centro de Direitos Humanos “Maria da Graça Brás” na elaboração de políticas públicas. A pesquisa, que recebe apoio do FAP/UNIVILLE e participa do grupo “Gênero e Memória” da instituição, teve início com análise da bibliografia, cujo foco foram temáticas relacionadas à historiografia de Joinville, instituições fechadas, a questão do/a egresso/a do sistema carcerário, gênero, memória e História Oral. Dando seqüência, a segunda etapa contou com a análise de artigos de jornais das bibliotecas do Centro de Direitos Humanos “Maria da Graça Brás”, bem como do Arquivo Histórico de Joinville, a fim de perceber os discursos recorrentes ao tema. Após estas etapas de embasamento teórico, deu-se início a realização, transcrição e análise das entrevistas, por intermédio da metodologia de História Oral. Problematizar estas memórias é uma forma de proporcionar visibilidade a estes discursos de resistência em meio a uma sociedade composta por poderes dominantes que as condicionam a margens e invisibilidade sociais.

Apoio / Parcerias: FAP/UNIVILLE; Centro de Direitos Humanos "Maria da Graça Brás;Conselho Carcerário da Comunidade de Joinville.

ISSN: 1807-5754