14° Seminário de Iniciação Científica

De 19/10/2009 à 23/10/2009

Interações sociais e preconceitos na escola: sentidos e significados atribuidos pelos adolescentes no ensino médio.

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Preconceito, Adolescencia, Psicologia

A adolescência dentro da abordagem sócio-histórica da psicologia é compreendida como uma construção cultural. Assim, este se torna um momento significado e interpretado pelo homem. Há marcas que a sociedade destaca e significa para conformar o que chamamos adolescência. Mudanças no corpo e desenvolvimento cognitivo são características que a sociedade destacou. Esta pesquisa tem como objetivo investigar os significados e sentidos atribuídos às situações de preconceito por adolescentes do ensino médio de uma escola pública e uma particular de Joinville. Para coleta de dados utilizou-se como instrumento a entrevista semi-dirigida, que foi gravada e transcrita para posterior análise descritiva e qualitativa. Participaram da pesquisa 12 estudantes entre 14 a 17 anos. Para esta pesquisa adota-se como definição de preconceito ter determinado julgamento em relação a algo ou alguém, que foi assimilado em nossa ação cotidiana e que, por ter sido útil, é ultrageneralizado, sendo aplicado em diferentes situações. Traz certo conforto, pois não enfrenta os conflitos, não faz rever julgamentos e posturas já realizadas, não é verificada a partir da realidade vivenciada. Na análise das falas dos entrevistados, podem-se perceber dois diferentes sentidos atribuído às situações de preconceito: julgar e menosprezar. Nove estudantes descreveram o preconceito como forma de julgar o outro, a fala, “As pessoas julgam as outras sem ter conhecimento delas” exemplifica essa categoria. Três afirmaram que é uma forma de menosprezar, “é algo que faz você rebaixar aquela outra pessoa” e ainda dois deles não conseguiram atribuir uma definição procurando assim explicar através de exemplos. Em relação a presenciar situações de exclusão na escola, 11 do total de estudantes relatam ter visto tais situações. Os sentimentos identificados diante das manifestações de preconceito foram culpa, pena, nojo, entretanto chama a atenção que 4 dos sujeitos não conseguiram definir como se sentiam tal como a fala a seguir, “me senti mal, me senti horrível”. Os preconceitos citados referiram-se a etnia, religião, deficiência, classe-social e gênero com prevalência neste último. Investigou-se também sobre possíveis trabalhos em contexto escolar referente ao preconceito, 4 nunca tiveram esta experiência, enquanto 8 já realizaram trabalhos sobre este tema, sendo as questões étnicas o tema mais abordado. A partir desta pesquisa concluímos que para estes adolescentes não há dificuldade em conceituar o preconceito, em contrapartida as contradições foram freqüentes, assim, o que se percebe é a necessidade de trabalhos na escola que ampliem a discussão sobre os diferentes tipos de preconceitos suas origens e conseqüências.

ISSN: 1807-5754