A arte sequencial, também conhecida como história em quadrinhos, vem ganhando espaço e credibilidade tanto na área da literatura quando na área das artes visuais. O projeto “Histórias da Cidade” justifica-se nas questões já estudadas no projeto “Quadrinhos e Aplicação Didática”, desenvolvido no ano de 2008, sob orientação do professor Nielson Ribeiro Modro. De acordo com os resultados obtidos no projeto, observou-se um grande interesse, e consequentemente, o desenvolvimento intelectual mais eficaz por parte de crianças e adolescentes motivados a entrar em contato com o universo da arte sequencial. A arte sequencial se vale de uma linguagem verbo-imagética, e desta maneira proporciona uma leitura mais dinâmica e mais prazerosa. A cidade de Rio Negrinho, assim como outras tantas, tem esquecido sua história geração após geração, sendo que as crianças e os adolescentes pouco ou nenhum contato têm com registros históricos e livros que contam a história de seus antepassados. Aliando essas duas idéias, o projeto “Histórias da Cidade” objetivou escrever narrativas fictícias sobre um contexto calcado na história da cidade de Rio Negrinho. Para isso, foi necessário realizar uma revisão bibliográfica acerca de material já publicado sobre a colonização e história da região, identificar alguns autores, fazer uma busca de imagens da cidade ao longo de seus diversos períodos de desenvolvimento, além de buscar qualquer outra informação que viesse a auxiliar no trabalho de transformar narrativas em roteiro. Com base nisso foi criado um personagem-narrador, que no início de cada capítulo tem a função de ambientar a história, falando um pouco sobre aquele período e as características da cidade e da população na época, ressaltando que esses dados que servem como pano de fundo são todos reais. Dentro da narrativa também foi estabelecido um personagem fixo, mas como protagonista das histórias. O personagem do narrador foi criado com base no professor José Kormann, que escreveu diversos livros sobre a cidade e a região, e cuja produção bibliográfica foi sem dúvidas a mais significativa para elaboração do projeto. O outro personagem fixo, o protagonista das histórias, é ficcional. As narrativas tentaram captar a atmosfera da região em diversas épocas diferentes, mas sem contar histórias comprovadamente reais. As narrativas em si apenas baseiam-se em contos e causos, ainda que a ambientação, as datas e os nomes sejam baseados na realidade e considerados na hora de transformar as histórias da cidade de Rio Negrinho em quadrinhos.