14° Seminário de Iniciação Científica

De 19/10/2009 à 23/10/2009

Exposição de arte- a contaminação como conceito operacional

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville, Brasil

Palavras-chave: exposição, arte, contaminação

Embora a pesquisa tenha uma abrangência mais ampla, aqui se tratará da relação entre os espaços expositivos de arte, suas políticas institucionais e uma das características da produção contemporânea que é o conceito operacional de contaminação. O objetivo é compreender como a política dos referidos espaços lidam com essa peculiaridade da arte contemporânea, que por natureza transgride as normas e rompe com as limitações físicas impostas pelo ambiente. Por contaminação na arte entende-se a característica multiplicável e rizomática de uma dada obra. Os elementos são dispostos em vários e/ou diferentes espaços, com vistas a causar estranhamento/ questionamento para quem vê; é um comportamento que encontramos em espaços legitimados, todavia não apenas nele, pois, tem como característica se disseminar pelas ruas. É mais uma arte pública do que institucional.A atitude de romper com esses espaços é uma situação que vem sendo pensada desde a década de 60 pelo grupo Fluxus, que em latim significa modificação e escoamento. O grupo era liderado por George Maciunas e composto por artistas de várias nacionalidades. Estes começaram o rompimento com o suporte e passaram a explorar outros materiais. Realizavam manifestações tais como, arte postal, performances e happenings contestando os espaços institucionalizados. A intenção do grupo era sair dos espaços de legitimação da arte, pois acreditavam que esta deveria ser um elemento presente no cotidiano da sociedade, tal atitude que está cada vez mais presente na produção artística. Esta pesquisa é de natureza bibliográfica e de observação de exposições. Na primeira buscou-se a fundamentação teórica sobre cultura, política cultural e contaminação. Na segunda observou-se nove exposições sendo quatro em Joinville e cinco em Florianópolis. Uma das referências utilizada foi o livro Cultura- um conceito antropológico de Laraia, cuja reflexão aponta que toda produção humana é cultura desde seu pensamento às suas ações. Outra referência importante para a pesquisa está no livro A Cultura e seu Contrário de Teixeira Coelho, o qual discute a arte como o contrário de cultura. Coelho justifica citando Godard que “cultura, é a regra; arte, a exceção”. O autor faz também um apontamento sobre as políticas culturais, pois se arte não é cultura, há de se pensar em políticas próprias de arte distintas das políticas de cultura. As exposições visitadas estão em processo de análise com relação as suas políticas institucionais, razão pelo qual não há resultados conclusivos ainda.

Apoio / Parcerias: FAP/UNIVILLE

ISSN: 1807-5754