O foco principal desta pesquisa é problematizar como são abordadas as relações de gênero nas escolas de ensino fundamental em Joinville, compreendidos entre 5ª e 8ª séries, a partir do que prevê os Parâmetros Curriculares Nacionais dentro de um de seus temas transversais, chamado Orientação Sexual, entre professores, professoras, alunas e alunos com enfoque no trabalho de professoras e professores, entendendo que cada um destes constrói e se constrói a partir das relações de gênero. Os PCN’S, criados em 1998 formam um conjunto de diretrizes pensadas para o ensino formal para estabelecer critérios e objetivos voltados para a formação educacional. Em seus temas transversais, os PCN’S apresentam a “orientação sexual” como um tema de inegável importância para estabelecer discussões em sala de aula almejando construir valores de cidadania e respeito pela diversidade e liberdade de orientação sexual; reconhecendo a indiscutível participação da escola na construção dos indivíduos; de suas opiniões e posturas. Dentro deste tema, as “relações de gênero” são apontadas como parte do enredo destas discussões, pois o conceito de gênero é importante para desnaturalizar papéis historicamente atribuídos ao masculino e ao feminino; descortinando as relações de poder que atravessam esta construção e imposição de papéis. Para atingir seu objetivo principal, este projeto propõe a realização de uma série de entrevistas (que totalizarão 10) a serem realizadas com professores da rede municipal de ensino; de acordo com o que prevê a metodologia da história oral. Estas entrevistas objetivam desvendar o que tem a dizer estas/es professoras/res sobre este tema, se reconhecem ou não a importância da presença do tema na escola; sobre o acesso aos PCN’s e a forma como este propõe as discussões ou ainda abrir espaço àquelas/les que precisam expor as dificuldades e obstáculos que encontram ao trabalhar este tema; entendendo que estas dificuldades podem – e devem – ser inúmeras já que os preconceitos de gênero e orientação sexual são reforçados a cada instante, em diferentes instâncias, seja através da mídia (nos programas ou propagandas veiculadas); seja em casa, no convívio familiar; seja na igreja ou até mesmo dentro da escola, nos livros didáticos, nas atividades propostas nos comportamentos exigidos ou por diversos meios. Esta pesquisa é financiada pelo FAP/Univille e compõe o grupo de pesquisa Gênero e Memória.