Este projeto tem como objetivo problematizar, questões relacionadas à agricultura familiar da região rural de Joinville, bem como, os modos de fazer tradicionais desta região e o impacto que as mudanças ocorridas na cidade em virtude da crescente industrialização e a implementação do Turismo-Rural ocasionaram no cotidiano de mulheres e homens. Em relação à região rural de Joinville e ao seu patrimônio material e imaterial, está-se realizando um levantamento histórico, contribuindo com a historiografia local e, principalmente, com diferentes reflexões sobre o patrimônio cultural imaterial. Para efetivação da pesquisa, foi realizado uma revisão bibliográfica, pesquisa documental e levantamento de dados, principalmente no acervo do Arquivo Histórico de Joinville – AHJ e PROMOTUR. Devido a pouca produção teórica que enfoque esta temática, levando em consideração a importância do trabalho de mulheres e homens na agricultura familiar e nos programas de turismo rural na cidade, está-se trabalhando com a metodologia da História Oral, por meio de entrevistas, concedidas por mulheres preferencialmente pertencentes ao Programa de Turismo Eco-Rural. Estas narraram histórias de vida, sobre as transformações corridas em seu cotidiano, nos modos de fazer “tradicionais”, na alimentação, nas formas de festejar, bem como as mudanças sentidas com o crescente êxodo rural e a política de 1992 - que tinha por objetivo incentivar a adesão das famílias do campo ao ciclo do turismo-rural. Este estudo aponta para a multiplicidade de temas ainda em aberto e que não foram devidamente problematizados pela historiografia local. Questões que envolvem discussões sobre tradição, mito fundador, território, gênero, etnia e aspectos do cotidiano, dos “modos de fazer” e do patrimônio cultural, sobretudo em sua imaterialidade. Pretende-se lançar algumas pistas sobre a possibilidade da utilização da metodologia da História Oral entremeada com a categoria de análise gênero a fim de perceber as características da região rural, bem como o modo como esta reagiu ao processo de industrialização. A partir da análise das entrevistas pôde-se problematizar as práticas cotidianas e confrontá-las frente ao disposto pelas peças publicitárias. Destaca-se que este trabalho faz parte do Grupo de Pesquisa “Gênero e Memória” da UNIVILLE e é financiado pelo FAP/UNIVILLE.