6º Seminário Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão

De 17/05/2010 à 21/05/2010

Primatas em fragmentos: implicações populacionais e interações com humanos.

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: primatas, fragmentos, Mata Atlantica

Embora ainda existam grandes remanescentes de Floresta Atlântica no nordeste catarinense, o aumento de áreas desmatadas para usos humanos tem aumentado a fragmentação principalmente das florestas em áreas de planície. Deste processo, emerge um grande número de conseqüências sobre as populações de primatas, como a diminuição dos hábitats disponíveis, isolamento de populações, e aumentando da zona de contato entre animais silvestres e humanos. O projeto Primatas do Nordeste Catarinense (PNC) teve por objetivo estudar alguns aspectos da ecologia dos primatas locais, com a finalidade de subsidiar estratégias e ações conservacionistas na região. Ao longo de três anos monitorou a população de bugios (Alouatta clamitans) residente em um fragmento florestal no Distrito Industrial de Joinville. Através da observação direta dos grupos, da busca de vestígios (fezes) e de vocalizações, o projeto tem registrado a presença dos bugios nos fragmentos principais. A principal consideração é que o tamanho populacional continua aumentando, totalizando 26 indivíduos divididos em cinco grupos que ocupam três fragmentos. O tamanho dos grupos varia de 3 a 7 indivíduos. O projeto também levantou informações sobre as populações de calitriquídeos em Joinville. A espécie encontrada, Callithrix penicillata, é introduzida, onívora e oportunista adaptando-se muito bem a ambientes periantrópicos. Os grupos de C. penicillata foram registrados utilizando-se de entrevistas informais e buscas ativas nos locais com suspeita da presença da espécie. Encontrou-se a espécie em oito fragmentos com grupos que variaram de três a quinze indivíduos, e admite-se que esta ocupação pode ser maior. Aparentemente C. penicillata está ocupando pequenos fragmentos e bordas de fragmentos maiores próximos a residências, onde geralmente recebe alimento. Esta espécie ainda não foi encontrada em áreas bem preservadas e ocupando o interior de grandes fragmentos, o que sugere uma dependência do alimento oferecido. Por fim, além das pesquisas desenvolvidas o projeto tem contribuído com a formação de pesquisadores na área de primatologia e conservação da biodiversidade.

ISSN: 1808-1665