Tem se ampliado muito nas últimas décadas o hiato que se estabeleceu entre as necessidades/demandas do mercado de trabalho e o perfil laboral/competência dos candidatos. Torna-se ainda mais alargado quando os candidatos são pessoas que por não terem acesso à escolaridade em idade adequada, buscam em idade adulta compensar a sua defasagem educacional, dada que a mesma, na grande maioria das vezes, está diretamente relacionada à sua integração profissional. A inserção no mercado de trabalho é cada vez mais, um desafio, pois diante da velocidade das mudanças é inevitável a exigência de novos saberes, os quais carecem ser trabalhados nos diferentes níveis educacionais. O conhecimento formal já não é mais suficiente para preparar o recém-formado a fim de inseri-lo com rapidez no mercado de trabalho pois o mundo corporativo exige um profissional cada vez mais completo e preparado. As considerações que seguem sobre versam sobre o processo de pesquisa em andamento desde o início de 2009, financiado pela Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE e se dispôs a realizar um estudo sobre a identificação e análise da relação entre qualificação profissional, empregabilidade e precarização do trabalho e seus desdobramentos sociais. Através de um processo investigatório junto a empresas de São Bento do Sul/SC e aos alunos matriculados nos Programas de Educação de Jovens e Adultos, foi possível mapear as principais atividades que constituem a cadeia produtiva das empresas investigadas e sua relação com a qualificação profissional e competências solicitadas aos trabalhadores para desenvolverem tais atividades. A partir da análise sustentada em pesquisa de cunho qualitativo, buscou-se compreender como o desenvolvimento tecnológico e as mudanças sociais impactam na estrutura educacional e laboral dos trabalhadores, que necessitam, em decorrência disto, se atualizarem profissionalmente cada vez mais. Ficaram apontadas as dificuldades dos alunos entrevistados no que tange aos conhecimentos de informática e comunicação e expressão, além das restrições que já enfrentam em detrimento de sua reduzida escolaridade. Em contrapartida, ficaram expressas no âmbito atitudinal as habilidades voltadas ao relacionamento interpessoal e coordenação de equipes, quesito que é bastante solicitado pelas empresas no processo de seleção e recrutamento de candidatos a vagas de trabalho. A pesquisa possibilitou identificar os principais pontos que precisam ser enfatizados e priorizados, oferecendo aos dirigentes responsáveis subsídios para emanar políticas e estratégias educacionais e de desenvolvimento social, permitindo a formação de profissionais mais aptos a atender e superar as demandas do mercado.