Anais de Resumos - 16º Seminário de Iniciação Científica De 17/10/2011 à 21/10/2011

A pesquisa a qual se refere esta proposta de comunicação está vinculada ao Projeto Atlas do Grupo de Pesquisa “Estudos Interdisciplinares de Patrimônio Cultural” da Universidade da Região de Joinville e tem a duração total de seis meses. O foco da pesquisa é a análise da documentação relativa ao patrimônio cultural dos municípios do entorno da Baía da Babitonga. Os municípios envolvidos na pesquisa são Araquari, Balneário Barra do Sul, Garuva, Itapoá, Joinville e São Francisco do Sul. Além da grande diversidade de ambientes naturais, a Baía é caracterizada pelo rico patrimônio cultural: há registros de aproximadamente 150 sítios pré-coloniais, sítios históricos, bens tombados e inúmeras manifestações culturais, contudo, a maior parte deste patrimônio não é suficientemente conhecida. A pesquisa iniciou com levantamento bibliográfico sobre a região e metodologia da pesquisa em seguida foi dado andamento com a busca, sistematização e síntese de documentos iconográficos sobre a região. O trabalho que está sendo desenvolvido há apenas dois meses se dá através de um aprendizado direcionado à coleta e sistematização de fotografias pertencentes ao acervo do Arquivo Histórico de Joinville. Os documentos localizados e tabulados pelo bolsista são levados aos pesquisadores do grupo quando a pertinencia dos mesmos para o projeto é analisada em conjunto. Os resultados preliminares mostram a existência de um rico acervo iconográfico relativo ao objeto de estudo e as dificuldades de interpretação deste tipo de documentação.

A presente pesquisa apresenta dados sobre a demanda e o perfil das pessoas que procuraram o serviço de psicologia da Universidade da Região de Joinville – Univille, durante o ano de 2010, destas fichas foram levantados dados como: gênero, faixa etária, procedência, nível socioeconômico, as queixas mais freqüentes e como souberam do serviço, utilizando-se uma metodologia retrospectiva documental, de consulta às fichas de triagem. Para a análise de dados as queixas e informações obtidas nas fichas foram agrupadas em categorias de análise, criadas a partir do próprio conteúdo das fichas. Da análise parcial dos resultados temos que, dos pacientes atendidos pela clinica escola no ano de 2010, aproximadamente 51% são do sexo feminino, aproximadamente 53% tem uma renda familiar entre 2 e 4 salários mínimos, e que a queixa principal, mais apontada é de dificuldade nas relações familiares (25%), que incluem: medo dos pais, dificuldades em relação aos pais/familiares/cônjuge e dificuldades com pais separados. Delineou-se a presente pesquisa para, a partir desses dados, serem feitas reflexões em torno da estruturação deste tipo de serviço, configurando temas que poderão ser inseridos na agenda de estudo e debates dos profissionais em seu processo de formação e qualificação. Entende-se que os acadêmicos tendo acesso às informações relativas às demandas comuns da comunidade em que irá atuar, estará melhor preparado para atender à esta clientela por conhecer suas características e necessidades. Além do benefício na preparação e formação dos acadêmicos, a comunidade à qual esta inserida a clínica-escola também é beneficiada, pois não somente estará sendo melhor atendida, como terá conhecimento dos serviços que estão sendo ofertados a ela através de programas informativos que poderão ser criados a partir dos dados levantados nesta pesquisa.

Este trabalho tem como objetivo, apresentar os resultados preliminares da segunda fase do levantamento de informações, sobre sítios arqueológicos na região da Baía da Babitonga. Este está vinculado à pesquisa arqueológica, que vem sendo feita para o projeto Atlas, em desenvolvimento pela Univille. Esse projeto prevê a elaboração, de uma publicação com a história da ocupação desta Baía, com diversos textos e mapas, sendo alguns deles relativos aos sítios arqueológicos dos períodos de ocupação pré e pós-coloniais. No tocante à metodologia, são realizadas leituras de antigos levantamentos e documentos internos, do setor de Arqueologia do Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville/MASJ, e relatórios finais de diagnósticos arqueológicos feitos nos municípios que contornam a Baía da Babitonga, que se encontram no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/IPHAN, em Florianópolis. As informações obtidas são registradas em formulários próprios e tabuladas. Num segundo momento, informações que indiquem a existência de sítios arqueológicos desconhecidos serão investigadas em campo, com vistas à obtenção de suas coordenadas geográficas, entre outras informações. Quando se trata de sítio não presente no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA) do IPHAN, o mesmo é cadastrado. Algumas indicações de sítios até então desconhecidos foram identificadas permitindo ampliar o mapeamento de sítios da Baía da Babitonga, feito pelo MASJ. Os resultados preliminares indicam que o material pesquisado é fonte rica deste tipo de informação.

A seguinte comunicação é parte de uma pesquisa de iniciação científica intitulada “Espólios de Axé: Estudos sobre Candomblé e migração”. Por intermédio dessa pesquisa pretendo adentrar no campo das religiões e problematizar a relação entre vivências migrantes e o Candomblé na cidade de Joinville a partir dos anos de 1980. Uma análise historiográfica a respeito da historicidade da cidade e sua relação com a migração interna e a constituição da religião candomblecista se tornam pontos norteadores para o projeto. Joinville após os anos de 1960 experimentou um crescimento econômico e populacional bastante acentuado, tornando-se assim um dos maiores pólos industriais do sul do Brasil. Tal fato contribuiu para que a cidade se transformasse em espaço de territorialização de migrantes,É desta perspectiva que a investigação busca problematizar a presença destes migrantes que, ao mesmo tempo em que se apropriam da cidade, produzem múltiplas identidades culturais, muitas envolvendo práticas religiosas. A pesquisa se constrói em torno de uma Casa de Candomblé de Joinville, pertencente à Mãe Jacila do Amaral, migrante que se estabeleceu na cidade em 1989. A casa está localizada no bairro Ulisses Guimarães e desenvolve, além das atividades religiosas, inúmeros serviços de caráter social, como a realização de festas para os moradores e acolhimento de crianças carentes, fornecendo-lhes alimentação, educação e saúde. Isto tudo através de uma complexa teia de sociabilidades existente entre a Mãe de Santo e seus Filhos de Santo ou entre agregados não pertencentes à religião. Joinville sofre uma enorme carência em relação a estes estudos, em virtude disso, novas pesquisas são necessárias, principalmente para auxiliar na desmistificação de preconceitos e mitos que circulam em torno destes cultos. A pesquisa terá inicio com o aprofundamento bibliográfico acerca do tema proposto. Estão sendo realizadas leituras sobre a formação de processos de identidade, história cultural, hibridismos culturais, religiosidade e migração, principalmente interna, com objetivo de compreender como estes temam se entrelaçam. Após o embasamento teórico, será feita uma investigação junto a uma série de arquivos. Concluídas estas etapas, partiremos para a realização das entrevistas orais e a transcrição das mesmas, utilizando a metodologia da História Oral. Serão pessoas ligadas às casas de Candomblé da cidade de Joinville, principalmente migrantes ou freqüentadores da casa da Mãe Jacila do Amaral. Alem de outras pessoas que não são ligadas a casa de maneira oficial. Até o presente momento foram realizadas leituras sobre religiosidade e migração e realizadas algumas entrevistas.

A pesquisa a qual se refere esta proposta de comunicação está vinculada de forma voluntária por seis meses ao Grupo de Pesquisa “Estudos Interdisciplinares de Patrimônio Cultural” da Universidade da Região de Joinville. A pesquisa tem como objetivo o estudo do patrimônio naval brasileiro relacionado à Ilha da Rita em fontes virtuais. A Ilha da Rita teve importante papel na história do Brasil na primeira metade do século XX, quando serviu de base naval para abastecimento de água potável e óleo combustível entre as décadas de 1940 e 1960. A presença de uma base da Marinha nessa região vinha ao encontro às questões de segurança nacional possivelmente referentes ao “perigo alemão”, tendo em vista a grande população de imigrantes alemães na região. Em 1968 a Marinha devolveu a Ilha ao governo municipal, e em 1999 a Univille assinou contrato de cessão dos direitos de uso da Ilha. A contribuição do bolsista se dará através da busca on line de dissertações e teses referentes ao patrimônio naval nacional e internacional, bem como de arquivos e bibliotecas que possuam documentação sobre bases militares da marinha brasileira e outros documentos relativos ao projeto. A pesquisa iniciou com uma rápida revisão de literatura sobre a história de Santa Catarina e São Francisco do Sul para contextualização do objeto de análise. Em seguida, deu-se início à pesquisa através da internet, arquivos e fontes documentais sobre patrimônio naval. Os dados estão sendo filtrados e armazenados em banco de dados para utilização em pesquisa interdisciplinar e interdepartamental. Os resultados preliminares demonstraram uma relativa escassez no que diz respeito ao tocante exclusivo da Ilha da Rita e entorno. Também é encontrada essa dificuldade quando se fala da Marinha Brasileira, por se tratar muitas vezes, de material confidencial. Entretanto, o número de teses mostra-se maior quando as palavras chaves são relativas ao patrimônio sub aquático, ao “perigo alemão” e ao período de nacionalização. Algumas teses encontradas referem-se diretamente à questão da desconfiança do governo em relação à presença alemã e a suspeita de associação desta ao nazismo.

O amor e a paixão aos esportes, particularmente ao futebol se expressam basilarmente por meio de três formas: jogar/praticar, ir ao estádio e assistir a jogos pela televisão. Este projeto direcionou sua atenção as duas últimas formas de manifestação, haja vista ser o torcedor a figura central deste estudo. No intuito de servir como um instrumento valioso para os aficionados, amantes, protetores, estudiosos e profissionais do desporto, objetivou-se esclarecer as novas mudanças no corpo jurídico-social-desportivo decorrentes da publicação do Novo Estatuto do Torcedor e sua consequente aplicação na prática, seja nas adjacências ou no interior das praças desportivas. Procurando evidenciar a conjuntura político-desportiva em que fora criado o diploma legal em questão, atrelado ao estudo dos seus dispositivos e da mais balizada doutrina, buscou-se demonstrar as responsabilidades dos sujeitos desportivos enquanto torcedores ou organizadores. Denotou-se, também, a evolução e consequente ganho de notoriedade e importância da respectiva Lei com o advento da Copa do Mundo Fifa 2014 e Jogos Olímpicos e Paraolímpicos 2016, bem como restou delimitado seu “campo” de eficácia e vigência durante ambos os eventos. Posteriormente, por meio de estudos comparados à legislações estrangeiras, discutiu-se a violência que envolve o certame desportivo, ofertando, para tanto, ferramentas de prevenção, repressão e erradicação do problema que desde muito ultrapassa as arquibancadas. Reconhece-se até o presente momento que a realidade do cenário desportivo nacional é deveras preocupante, mas com possibilidades de positivas melhoras. Nota-se que os torcedores em sua maioria desconhecem o Estatuto de Defesa do Torcedor, sendo que por outro lado, a mentalidade preponderante nos clubes do País parece não evoluir a ponto de cumpri-lo em plenitude, a fim de oferecer um lazer de qualidade, segurança e conforto. Neste interim, o Poder Público possui também sua parcela de culpa pela constante inércia em políticas que assegurem a eficácia da Lei e o consequente respeito aos direitos do torcedor. Percebe-se que o ineficaz contributo do Estado para com a educação e a crescente promoção e expansão da ultrapassada política criminal brasileira, influencia decisivamente para a perpetuação de cenas violentas, sobretudo por parte das torcidas organizadas, nos estádios de nosso país. Por derradeiro, de igual modo, observou-se flagrantes inconstitucionalidades no texto legal da nova redação publicada no ano de 2010, notadamente no que diz respeito ao capítulo XI-A – Dos Crimes, tendo sido possível também vislumbrar a existência de uma latente divergência quanto ao âmbito de aplicação do Estatuto do Torcedor.

A preocupação com o meio ambiente e seus reflexos na sociedade reforçam a necessidade de promoção de estudos no âmbito da Educação Ambiental. O projeto “Sensibilização e Educação Ambiental para desvelar as representações do patrimônio histórico, sóciocultural e ambiental: Uma contribuição para as políticas públicas nas comunidades de Vila Nova e Pirabeiraba – Município de Joinville (SC)”, com três anos de duração, já foi iniciado no ano de 2009, tem como objetivo geral comparar as informações coletadas por meio de entrevistas junto às duas comunidades no que se refere à história, patrimônio sociocultural e ambiental, com vistas a apresentar a análise destes resultados de maneira informativa e educativa. Para o ano de 2011, traçou-se como objetivo específico “sensibilizar as comunidades escolares e os líderes comunitários das duas localidades sobre a importância da melhoria das condições gerais e plenas de vida nas áreas urbanizadas das Bacias hidrográficas do Rio Piraí (Bairro Vila Nova) e do Rio do Braço (Bairro de Pirabeiraba)”. Para tanto os procedimentos metodológicos utilizados foram: análises das entrevistas das crianças líderes em três escolas da rede municipal de cada bairro e das lideranças adultas dos bairros, que foram realizadas em 2009 e já analisadas em 2010. Assim sendo, neste ano de 2011 a pesquisa voltou aos bairros para a devolutiva das entrevistas realizadas (em 2009), por meio de palestras e jogos ambientais de sensibilização, às crianças das escolas de ambas as comunidades. Nas palestras às crianças foram apontados os aspectos positivos e negativos quanto aos assuntos levantados como a história do bairro, patrimônios históricos e naturais, monumentos históricos, rios do bairro, degradação do meio ambiente e a obrigação/relação de cada um com esses itens. Também foram oportunizados espaços para que as crianças pudessem expor sugestões em relação às respostas fornecidas nos anos anteriores no sentido de captar as percepções das crianças quanto à temática em estudo. Nas apresentações e, em especial na realização dos jogos de sensibilização com as crianças, observou-se a participação e o interesse das mesmas na realização das ações da pesquisa. De outra parte, as palestras de apresentação dos resultados das entrevistas realizadas com os líderes comunitários ocorreram nas duas comunidades, por meio de exposição em powerpoint. Nesses encontros, percebeu-se o interesse e o apoio dessas comunidades ao receberem as informações tanto no referente ao andamento, metodologia e, principalmente, pelos resultados da pesquisa e quanto aos encaminhamentos possíveis de serem dados a esses resultados.