O projeto DLibra tem como proposição minimizar a diferença entre o surdo e o ouvinte e estimular o contato entre ambos, através de uma proposta para desenvolvimento de um jogo para crianças de 10 a 16 anos. O referido material lúdico precisa ter como requisito básico lidar com situações às quais o surdo não tem muito contato, tendo como resultado a ampliação do seu vocabulário, o que muito poderá auxiliar no cotidiano fora da escola, uma vez que lá o intérprete não está presente. O jogo buscará estimular o raciocínio, a independência e opinião própria, além de ser altamente interativo. Importante considerar que a falta de orientação dos pais e conhecidos faz com que seja facilitado por eles o universo dialógico do surdo, bem como as suas escolhas. Isto dificulta a comunicação e a compreensão por parte do surdo. Outro requisito será o de apresentar um custo reduzido, para que atinja o maior número de crianças e incentivar a aquisição pelas instituições de ensino. O propósito é que ele não seja jogado somente nas escolas, como a proposta inicial, mas também em casa com amigos, irmãos e pais. Houve o acompanhamento da equipe de pesquisa junto à Escola de Ensino Fundamental Rui Barbosa para observação das dificuldades e da rotina dos alunos, tanto surdos quanto ouvintes e a interação entre eles. Nesta mesma escola, foi realizada uma pesquisa com os alunos entre 11 e 16 anos, tanto surdos quanto ouvintes, questionando os desenhos animados que mais gostam, tendo como objetivo uma aproximação maior com relação ao enredo e pictogramas que mais atraem o público que fará uso do jogo a ser projetado. De posse de tais dados, será possível aplicar corretamente os resultados no objeto para o qual a investigação está voltada, ou seja, o jogo. A pesquisa consistia em um formulário entregue aos alunos, o qual continha a imagem do desenho e as opções sobre o gosto da criança para que fossem assinaladas. Os desenhos com formas e histórias mais complexas foram os que menos agradaram ao público. Acredita-se que isso se dê por necessitarem de som e entendimento de diálogo para compreender o enredo. Os desenhos, tanto caricaturados e estilizados quanto os reais, que conseguem ser compreendidos sem necessariamente o uso do som, foram os que mais se destacaram, provavelmente por haver expressões faciais e corporais mais significativas.