15º Seminário de Iniciação Científica

De 18/10/2010 à 22/10/2010

Análise das características Paleoclimatológicas dos depósitos Quaternários da Ilha de São Francisco do Sul

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville, Brasil

Palavras-chave: Ilha de São Francisco do Sul, depósitos eólicos, paleoclimatologia

O presente trabalho teve como objetivo o estudo das características e do significado paleoclimatológico dos depósitos eólicos da ilha de São Francisco do Sul, na região nordeste do Estado de Santa Catarina. Foram analisados os aspectos morfológicos de ocorrência dos depósitos eólicos costeiros, a sua orientação em relação aos ventos predominantes e comparados com os principais depósitos eólicos costeiros na região sul do Brasil. De maneira geral que na região costeira do sul do Brasil, os campos dunas costeiros ativos possuem em sua maior parte orientação NE/SW, como visualizado nos extensos campos de dunas no sul do Estado de Santa Catarina, na região de Jaguaruna e Imbituba. Entretanto, o campo de dunas situado na Praia Grande no nordeste da ilha de São Francisco do Sul, caracteriza-se principalmente por dunas parabólicas vegetadas, desta maneira não ativas, com orientação SE/NW. Deste modo, o campo de dunas da ilha de São Francisco, além de representar o último campo de dunas no norte do Estado de Santa Catarina esta região, conforme ilustrado na presente pesquisa representa um importante aspecto geológico de mudança paleoclimática durante o Holoceno. De 1939 a 1983, de acordo com dados da estação meteorológica do município de São Francisco do sul, os ventos predominantes na ilha de São Francisco do Sul possuem sentido NE/SW, concordante com a orientação das dunas ativas no Estado de Santa Catarina. Desta maneira, a orientação SE/NW dos depósitos eólicos formados no Pleistoceno superior e durante o Holoceno na ilha de São Francisco do Sul indicam um padrão climático distinto da formação dos depósitos eólicos atuais. Atualmente apesar dos ventos S/SE possuírem maior competência para o transporte dos grãos, as massas de ar polares quase sempre vem acompanhadas de precipitação, o que não permite o transporte dos sedimentos e a efetiva ação eólica. Deste modo, podemos concluir que provavelmente ocorreram significativas alterações na dinâmica climática na América do Sul durante o Holoceno, com a alteração do padrão de precipitação e sentido de ventos.

ISSN: 1807-5754