15º Seminário de Iniciação Científica

De 18/10/2010 à 22/10/2010

A Cultura ferroviária nas memórias dos trabalhadores ferroviários de Joinville

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville, Brasil

Palavras-chave: Ferrovia, Joinville, Memória

A antiga Estação Ferroviária de Joinville, hoje Estação da Memória, pode ser considerada um marco no processo de modernização da cidade. Sua inauguração em 1906 trouxe inúmeras possibilidades para o transporte da cidade, mudou a forma das indústrias escoarem seus produtos e das pessoas transitarem para as cidades vizinhas, proporcionando também o crescimento da região e a introdução de novas técnicas e relações de trabalho.O projeto teve como objetivo perceber a importância da cultura ferroviária para os funcionários da Estação Ferroviária de Joinville, através das memórias desses trabalhadores. A metodologia usada na primeira fase do projeto foi a revisão da literatura, que proporcionou uma maior reflexão acerca dos temas propostos pela pesquisa: memória, identidade e cultura. Também foram lidas obras sobre o trabalho ferroviário, sobre as técnicas de entrevista oral e análise de documentos. O segundo momento foi de análise de documentos doados pelos antigos ferroviários para Estação da Memória, seguida de entrevistas orais com antigos trabalhadores, filhos e esposas. O recorte temporal escolhido foi entre 1950, ano em que a maioria dos entrevistados ingressou na rede, e 1985, quando esses mesmos trabalhadores ganharam sua aposentadoria. Diante disso foi possível perceber que a empresa ferroviária teve um papel de destaque para a elaboração e execução de novas relações de trabalho, sendo um local de resistências, solidariedades e enfrentamentos. A ideia da ferrovia como uma grande família deixou marcas na memória desses trabalhadores que viram a função que exerceram por tantos anos desaparecer. Hoje o cargo de maquinista, telegrafista, guarda freios e agente de estação já não existem mais, sendo assim, restou apenas à memória de um grupo de trabalhadores, que presenciaram dois momentos distintos: o surgimento de técnicas e relações de trabalho consideradas modernas, e posteriormente a transformação dessa “modernização” que eles tanto se orgulhavam: a Maria Fumaça se tornou obsoleta e o telégrafo foi ultrapassado, restando a esses trabalhadores a força da memória do grupo em que se apóiam.

ISSN: 1807-5754