15º Seminário de Iniciação Científica

De 18/10/2010 à 22/10/2010

Tradição e identidade – o papel do Catumbi Mirim na festa do Catumbi de Itapocu

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Catumbi-Mirim, Tradição, Araquari

Na cidade de Araquari, mais precisamente no distrito de Itapocu, ocorre a festa de Nossa Senhora do Rosário de Itapocu, uma manifestação cultural e religiosa única, presente no estado de Santa Catarina há mais de 150 anos, com características próprias. O ritual da festa, com a procissão de Nossa Senhora do Rosário e a coroação dos Reis e Rainhas é iniciado já no mês de setembro, com as preparações para a festa do Natal e a festa do Catumbi-Mirim, que é tido como continuidade do grupo oficial do Catumbi. O projeto teve como objetivo geral entender de que forma as crianças se vêem como partes da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e integrantes da comunidade do Catumbi de Itapocu. Através do Catumbi Mirim, presente na Igreja e na Escola. Além disso, pretendemos analisar as apropriações dos significados da festa, seja pelo poder público, através da “folclorização” ou da inserção de um grupo de Catumbi Mirim na escola da cidade, e ainda, através da população, ao ver a manifestação como uma característica do local. Desta forma, buscamos analisar as representações acerca da referida festa, dentro da comunidade e também na cidade de Araquari. A metodologia utilizada na primeira fase foi a revisão bibliográfica, visando ampliar o conhecimento acerca de temas como tradição, costume e identidade; a segunda fase é constituída pela realização de entrevistas orais, realizadas com representantes dos meios envolvidos e também com crianças membros do grupo mirim da Igreja ou da escola. Até o presente momento os resultados alcançados referem-se ao entendimento da festa pela população e pelo poder público, que vem transformando a manifestação religiosa marcante no local em tradição folclórica, através da divulgação da festa em sites da cidade, convidando o público para assistir à festa. Também percebeu-se, até o momento, que a festa vem perdendo sua conotação religiosa: para alguns envolvidos, sua representação passa a ser relacionada com um costume local, que deve ser mantido, já que é único e característico daquela comunidade em especial. As conclusões que tiramos até o momento, haja vista o fato de que as entrevistas ainda não estão concluídas é de que as apropriações de uma manifestação cultural e religiosa como esta podem ser diversas, dependendo do interesse dos envolvidos na divulgação e preservação deste costume local.

ISSN: 1807-5754