Embasado no Programa PIBIC e com suporte na disciplina de Contabilidade no curso de Administração de empresas, foi desenvolvido o projeto que teve como foco, pesquisar sobre como os gestores das micro e pequenas, contempladas com o benefício de escrituração fiscal simplificada, se utilizam das informações , para apoio aos seus controles para tomadas de decisão. No Brasil em 2.006, foi editada a Lei Complementar nº. 123, que instituiu no reordenamento jurídico um estímulo às atividades empresariais de pequeno porte, proporcionando um modelo simplificado de tributação. Em função desta facilidade em termos fiscais, muito embora exista a obrigatoriedade da escrituração contábil, a imensa maioria destas empresas delega a escrituração contábil a escritórios especializados. A dúvida que se levanta, e por isso deste trabalho, é se estas empresas, ao serem desvinculadas de uma tributação em bases contábeis, deixam de se utilizar da contabilidade, como ferramenta, para uma gestão mais eficaz. O projeto se amoldou em um estudo através de uma pesquisa, inicialmente, no campo teórico, abordando a legislação referente à contabilidade, bem como a legislação específica, relativamente às micro e pequenas empresas, Na pesquisa de campo, a autora procedeu a entrevistas com questionário semi-estruturado junto aos responsáveis pelos dez escritórios de contabilidade, os mais importantes da cidade, na sua visão. As entrevistas buscaram conhecer se havia uma interação entre gestores das micro e pequenas empresas que possuíam a escrituração contábil no escritório pesquisado e o escritório com relação ao fornecimento de relatórios contábeis para fins de gestão. Por extensão procurou-se apurar se os escritórios de contabilidade estavam comprometidos no sentido de suprirem as informações necessárias para a gestão destes clientes. A pesquisa contemplou 346 empresas conceituadas como micro e pequenas empresas e constatou-se que apenas 3,5% destas utilizam, de forma precária e parcialmente a escrituração contábil como instrumento de gestão. Esta utilização é basicamente para efeitos de apuração de resultados. O restante das empresas percebem a contabilidade como um “mal necessário” visando apenas suprir uma exigência de lei. Também, raros são os escritórios que têm esta preocupação com o produto que eles fornecem aos clientes. Evidentemente, que, no campo da pesquisa inseriram-se micro negócios, a exemplo de bares, que efetivamente seus proprietários, em tese, não necessitariam das informações contábeis para a gestão. Mas, o ideal é que houvesse uma conscientização, de que os escritórios de contabilidade se focassem mais na função de consultores do que simples executores de processos.