8º Seminário Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão

De 14/05/2012 à 18/05/2012

Bioacústica de pequenos cetáceos no litoral de Santa Catarina

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: bioacústica, cetáceos, Santa Catarina

Na Ordem Cetacea, a interação com o meio físico e social em que vivem é realizada principalmente através de sinais acústicos. Cada espécie apresenta um sistema próprio bem definido de comunicação sonora, que procura se adequar funcionalmente às necessidades específicas de troca de informações e às exigências de propagação impostas pelo ambiente onde vivem. As emissões sonoras de odontocetos podem ser classificadas basicamente em duas categorias: a) sons pulsantes, como clicks e burst-pulse e b) assobios. Sotalia guianensis, ou boto-cinza, tem distribuição litorânea, vivendo em baías, estuários e águas costeiras, estando sujeita a diversas ameaças ao longo de toda sua área de distribuição. Ocorre apenas na América do Sul e parte da América Central, apresenta distribuição contínua de Florianópolis, Santa Catarina até a Nicarágua. A toninha, Pontoporia blainvillei, é endêmica da região costeira central do Oceano Atlântico Sul Ocidental, ocorrendo na costa da Argentina, Uruguai e Brasil. Os registros acerca da distribuição geográfica da toninha estendem-se desde Itaúnas, no norte do Espirito Santo, Brasil, até o Golfo Nuevo, na Patagônia Argentina. No estuário da Baía da Babitonga, litoral norte de Santa Catarina, a toninha e o boto-cinza ocorrem ao longo de todo o ano, caracterizando uma situação de simpatria direta. Trabalhos de bioacústica vêm sendo realizados com S. guianensis em boa parte do litoral brasileiro. Em geral estes objetivam descrever o repertório sonoro da espécie, embora pouco se conheça ainda dos padrões acústicos emitidos. Já para P. blainvillei, há poucos trabalhos disponíveis sobre a bioacústica desta espécie. O presente trabalho tem como objetivo analisar os sons emitidos pelo boto-cinza e pela toninha na Baía da Babitonga, São Francisco do Sul. A obtenção dos registros sonoros iniciou-se em janeiro de 2007 e está em andamento. A aquisição do som é feita a partir de um gravador digital, e um hidrofone posicionado a 2 m de profundidade, com o motor da embarcação desligado a uma distância máxima dos animais de 50 metros. O sistema de aquisição permite o registro de sons até uma frequência de 96 kHz. Em laboratório são gerados sonogramas com o auxílio do programa Avisoft-SASLab Pro 5.2 e definidas as frequências inicial, final, modulação e tempo de duração dos assobios, e a presença de clicks e/ou burst-pulse. As análises dos registros sonoros de ambas as espécies ainda estão em andamento. Até o momento já foram classificados diferentes tipos de assobios e presença de clicks para ambas.

ISSN: 1808-1665