17° Seminário de Iniciação Científica

De 15/10/2012 à 19/10/2012

Estudo da qualidade do ar em regiões distintas de Joinville/SC

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville, Brasil

Palavras-chave: poluição, água de chuva, toxicidade

A degradação da qualidade do ar se intensificou no decorrer do tempo em função de atividades antrópicas altamente poluidoras que, em conjunto com as condições físicas do ambiente, tornam-se nocivas à saúde humana. Entretanto, pouco se conhece sobre os impactos causados à biota aquática pela deposição úmida dessa poluição. Neste contexto, o trabalho tem como objetivo avaliar os efeitos tóxicos causados pela deposição úmida aos corpos hídricos da região, considerando que o município de Joinville/SC apresenta níveis de precipitação elevada, notadamente no verão e primavera, além de fatores geográficos e climáticos que, em paralelo a alta ocupação urbano-industrial, favorece o acúmulo de poluentes atmosféricos. Dados levantados indicam alta concentração de indústrias poluidoras no município, as quais emitem principalmente MP, NOx, CO2, cloro gasoso e COVs. Além de fontes móveis de poluição, responsáveis pela emissão de compostos de enxofre e carbono, os quais, individualmente, não são fontes significativas de emissão, mas ao se considerar que o município conta com uma frota de 318.007 veículos (DETRAN/SC 2012), o impacto do lançamento conjunto dessas substâncias ao ar pode ser altamente impactante. Para o presente estudo, avaliou-se a toxicidade da água de chuva através ensaios de toxicidade crônica, utilizando o microcrustáceo Daphnia Magna como organismo-teste, além de análises químicas. As coletas são realizadas manualmente, utilizando coletores volumétricos situados na Zona Industrial, Centro e Zona Sul da cidade. Em seguida, em laboratório, realiza-se medição de pH, condutividade e oxigênio dissolvido, onde também são separadas e devidamente armazenadas para os ensaios ecotoxicológicos e análise dos íons majoritários. Os resultados obtidos até o momento indicam que as amostras coletadas nos três locais provocaram efeito tóxico aos organismos-teste expostos a uma concentração pura das amostras. Com relação às análises químicas, o pH manteve uma média de 6,8 para os três pontos, tendo precipitações com mínima de 5,61 na Zona Industrial e máxima 7,65 na Zona Sul. A concentração dos ânions, analisados através de cromatografia líquida, indicaram influência de fontes antropogênicas de poluição, apresentando valores máximos de 10,6203, 8,92984 e 6,53423 mg/L, de nitrato, sulfato e cloreto, respectivamente, sendo as maiores concentrações encontradas no centro da cidade. Correlacionando os parâmetros, percebe-se que a concentração dos íons na chuva, bem como o pH, é diretamente proporcional ao efeito deletério causado ao organismo-teste, e o impacto deste sobre um corpo hídrico, apesar da diluição, colabora na alteração de sua qualidade ao exercer interações com outras substâncias poluentes já existentes nesse meio.

ISSN: 1807-5754