17° Seminário de Iniciação Científica

De 15/10/2012 à 19/10/2012

Inflluência da adição de glicose, tartarato de amônio e ajuste do pH sob a atividade de lacase por "P. ostreatus".

Palavras-chave: p. ostreatus, enzimas, lacase

As enzimas são catalisadores biológicos de alta especificidade e com grande valor industrial. Em função disso, diversas pesquisas científicas vêm sendo realizadas a fim de se encontrar os melhores meios e condições de cultivo para produzi-las, bem como para a obtenção de processos de mais baixo custo. Fungos como Pleurotus ostreatus apresentam capacidade de degradar diversos materiais lignocelulósicos devido à produção de enzimas extracelulares durante seu crescimento. Dentre as enzimas produzidas pode-se destacar a lacase, uma fenol oxidase que catalisa a oxidação de vários compostos fenólicos. Esta enzima tem grande aplicação nas indústrias alimentícias e de papel e celulose e, recentemente, vêm se destacando pelo uso na área ambiental, como na degradação de compostos interferentes endócrinos e descoloração de corantes em efluentes têxteis. Portanto, o objetivo deste trabalho foi estudar a produção de lacase por P. ostreatus em cultivo submerso utilizando como base para o meio de cultivo um resíduo líquido oriundo do cultivo de cogumelos do gênero Pleurotus, ou seja, a água originada no processo de umidificação do substrato (neste trabalho, palha de bananeira), denominada água de imersão. À água de imersão adicionou-se glicose 10 g/L, tartarato de amônio 5,4 mM, sulfato de cobre 150 μM e pó de cascas de banana 60 g/L, resíduo abundante na região nordeste de Santa Catarina. O pH inicial do meio de cultivo foi ajustado em 6,0. Os experimentos foram realizados em frascos Erlenmeyer de 500 mL contendo 100 mL de meio de cultivo cada. Os frascos foram inoculados com 2 discos de ágar de 13 mm de diâmetro contendo micélio e incubados a 30oC com agitação recíproca de 110 min-1, por 13 dias. Após este período mediu-se a atividade de lacase. Obteve-se concentração de lacase de 2.369 U/L. Esta concentração é aproximadamente nove vezes maior que a obtida em experimentos realizados anteriormente pelo grupo de pesquisa utilizando água de imersão suplementada com sulfato de cobre 150 μM e pó de cascas de banana 60 g/L, sem ajuste do pH. Além disso, o crescimento celular do fungo foi melhorado pela adição da fonte de carbono de fácil acesso, bem como pela adição da fonte de nitrogênio, sendo, provavelmente, o meio carente deste nutriente. O pH inicial corrigido para 6, antes da inoculação do meio, influenciou de maneira positiva a produção de lacase. Portanto, este estudo mostra que há possibilidade do reaproveitamento de resíduos agroindustriais de bananicultura para a produção de lacases.

ISSN: 1807-5754