17° Seminário de Iniciação Científica

De 15/10/2012 à 19/10/2012

Análise polínica, físico-química e microbiológica de méis de sc

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: qualidade alimentar, higiene na apicultura, propriedades de mel puro

O mel mais comercializado no Brasil é aquele produzido por abelhas da espécie Apis mellifera L., contendo açúcares e pequenas quantidades de dextrinas, enzimas, ceras, entre outras substâncias, em solução aquosa concentrada. É utilizado mundialmente por suas características dulcificantes, medicinais, nutricionais e energéticas. Para se determinar a qualidade de algum mel, é necessário verificar a sua procedência floral e sua sanidade físico-química e microbiológica. Santa Catarina é um dos estados brasileiros com maior produção apícola. Porém, há poucos dados sobre as características destes produtos. Tendo por objetivo iniciar um levantamento de dados sobre a qualidade destes compostos, foram realizadas análises polínicas, físico-químicas e microbiológicas para diversos méis do Estado. Para tanto, méis disponíveis no comércio foram adquiridos, tendo sido realizadas: 1-análise do espectro polínico pelo método da acetólise ácida, com caracterização da composição polínica em percentagens de pólen dominante, acessório, isolado e casual, para confirmar a procedência floral; 2-análise físico-química por meio das reações de Fiehe e Lund, pesquisa de corantes, determinação de açúcares, da densidade e da acidez, para verificar a adição de corantes, açúcar comercial ou água, e detectar manejo incorreto; 3-análise microbiológica pelos métodos de contagem de bolores e leveduras, e pesquisa de coliformes totais e termotolerantes para detecção das condições de higiene da produção. Em termos de espectro polínico, até o momento foram analisados 2 méis, com procedência floral aludida de macieira e laranjeira. Estes resultaram em 10 lâminas de microscopia, sendo o primeiro com 41 tipos polínicos identificados, e o segundo com 16. Para o primeiro mel, foram verificados 25 tipos polínicos isolados (abaixo de 15%), e 16 casuais (abaixo de 1%). Não havia nenhum dominante, nem acessório. No segundo mel, havia um tipo dominante (56,7%), um acessório (27,6%), quatro isolados e dez casuais. Quanto à análise microbiológica, no primeiro mel houve crescimento apenas de fungos na amostra mais concentrada (0,01g/L) e no segundo mel, houve proliferação de coliformes. Para a análise físico-química, foram analisados quatro méis (tidos como de procedência de macieira, laranjeira, eucalipto e bracatinga), sendo que o primeiro mel se apresentou como o mais puro, sem adição de corantes, água ou açúcares. No segundo, foi observado adição de açúcar comercial. No terceiro, verificou-se aquecimento indevido, pois apresentou pequena quantidade de enzimas diastásicas. E no quarto, além do aquecimento, observou-se uma possível adição de glicose. Estes resultados evidenciam uma não uniformidade dos méis produzidos no Estado em relação aos padrões estabelecidos pela legislação.

ISSN: 1807-5754