17° Seminário de Iniciação Científica

De 15/10/2012 à 19/10/2012

Distribuição da toninha (Pontoporia blainvillei) na Baía da Babitonga em São Francisco do Sul – SC

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville, Brasil

Palavras-chave: Pontoporia blainvillei, Baía da Babitonga, Distribuição

A distribuição de uma população é determinada pela presença ou ausência de habitats adequados. A toninha, Pontoporia blainvillei, é considerada a espécie de cetáceo mais ameaçado do Atlântico sul-ocidental. Devido ao seu comportamento discreto e coloração mais escura, esta espécie é difícil de ser observada no ambiente natural. Sendo assim, são poucas as informações a respeito de sua ecologia e distribuição. O presente trabalho tem como objetivo analisar a distribuição da toninha na Baía da Babitonga. A obtenção dos dados foi no período de março de 2011 a julho de 2012. A área da baía foi percorrida através de uma rota pré-estabelecida, com uma embarcação a uma velocidade constante de 20km/h. Sempre que um grupo de toninhas foi avistado, foi feita a aproximação para o registro da posição geográfica e tamanho de grupo. O estado de maré (enchente ou vazante) foi indicado com base na Tábua de Marés do DHN. Foram realizadas 36 amostragens de barco para coleta dos dados, totalizando 107 e 52 minutos de esforço. Para a análise dos dados, a baía foi dividida em quadrantes de 500 m2 utilizando os recursos do ArcMap 9.3. Foi calculada uma taxa de encontro por quadrante, dividindo o número de registros no quadrante pelo número de vezes que o quadrante foi visitado. Para cada quadrante duas covariáveis explicativas foram definidas: distância da costa e distância da desembocadura da baía. O cálculo das distâncias foi realizado a partir do ponto central de cada quadrante. Para analisar a influência da maré no padrão da distribuição das toninhas, foi realizada uma análise de regressão linear para cada estado de maré (enchente e vazante), considerando a taxa de encontro do quadrante e as covariáveis explicativas. Os dados mostram que a espécie apresenta um padrão de distribuição heterogêneo. Existem áreas na baía utilizadas em menor intensidade, enquanto outras são utilizadas intensamente. As covariáveis não apresentaram significância em relação aos estados da maré. Contudo, é possível que os dados aqui apresentados estejam influenciados pelo reduzido número de amostragens, sendo necessária também a inclusão de outras covariáveis, como profundidade, por exemplo. A continuidade de pesquisas desta natureza são fundamentais para compreensão dos padrões de uso do habitat da toninha, fornecendo subsídios para ações voltadas à conservação da espécie.

Apoio / Parcerias: FAP/UNIVILLE Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental.

ISSN: 1807-5754