17° Seminário de Iniciação Científica

De 15/10/2012 à 19/10/2012

Variabilidade da infauna bentônica em uma área urbanizada da praia de Ubatuba, São Francisco do Sul, Santa Catarina

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Infauna bentônica, praia urbanizada, Santa Catarina

As praias arenosas são amplamente utilizadas pela disponibilidade de recursos naturais e turismo. Entretanto, o uso desses ambientes promove a intensa ocupação e urbanização, que de alguma forma afeta a fauna e flora com o descarte de resíduos, o desmatamento de dunas e restingas e a descarga de esgoto doméstico. O objetivo do trabalho foi determinar a distribuição da infauna bentônica em uma área urbanizada da praia de Ubatuba, localizada no município de São Francisco do Sul, estado de Santa Catarina. As amostragens foram realizadas em março de 2012 em uma área próxima a um conjunto de residências a cerca de 20 metros da faixa de areia. Para a amostragem da infauna foram aleatoriamente fixados seis transectos perpendiculares à linha de praia e ao longo de cada transecto foram marcados dez pontos equidistantes desde a linha de detritos até a linha d´água. Em cada ponto foi coletada uma amostra com um cilindro de aço com 0,05m2 e imediatamente fixadas em formalina 10%. Em um dos transectos foi determinado o desnível do perfil, a salinidade da água de percolação e coletadas amostras de sedimento em cada um dos pontos para a análise granulométrica e determinação da porcentagem da umidade do sedimento. Na variação do desnível do perfil houve a formação de uma cúspide entre os pontos 3, 4 e 5, que apresentaram as menores proporções de umidade e a partir dos quais aumentou a salinidade até a linha d´água. O sedimento foi composto por areia fina nos pontos 1 a 5 e areia média nos pontos 6 a 10 e em todos os pontos os grãos foram muito bem selecionados, variando de simétricos a positivamente assimétricos, com distribuição variando de mesocúrtica a leptocúrtica. O Polychaeta Scolelepis goodbodyi dominou com 88,2% do total dos indivíduos, seguido de uma espécie de Hymenoptera (5,2%) e do bivalve Donax hanleyanus (1,87%). S. goodbodyi dominou a partir do mesolitoral médio até o inferior e D. Hanleyanus apresentou a mesma tendência de distribuição, enquanto Hymenoptera dominou na linha de detritos. Os resultados indicaram uma relação direta da umidade do sedimento e o diâmetro médio dos grãos com a densidade e distribuição de S. goodbodyi e Donax hanleyanus. Apesar de o perfil estar em uma área urbanizada, a variabilidade da infauna bentônica foi semelhante a estudos realizados em outras praias da costa brasileira.

Apoio / Parcerias: UNIVILLE ; FAPESC

ISSN: 1807-5754