17° Seminário de Iniciação Científica

De 15/10/2012 à 19/10/2012

DESENVOLVIMENTO DE CULTIVO DE Daphnia magna PARA ENSAIOS DE TOXICIDADE

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: cultivo, microcrustáceos, Daphnia magna

No Brasil as Resoluções do CONAMA nº 357/2005 e nº430/2011, regulamentam os padrões de qualidade para cada classe de águas (doces, salinas, salobras), além de padronizar e identificar as condições de lançamento de efluentes. Além dos parâmetros físicos-químicos, a legislação exige que os efluentes não apresentem efeitos tóxicos aos organismos aquáticos, de acordo com a classificação dos rios. Em Santa Catarina, além do cumprimento à legislação federal, as organizações tem a necessidade de atender ao disposto na Portaria Fatma nº 17/2002 que normatiza os testes de toxicidade feitos em laboratório e estabelece limites de toxicidade para despejo de efluentes líquidos. Os microcrustáceos da espécie Daphnia magna são amplamente utilizados nesses testes de toxicidade, pois são sensíveis a diversos agentes nocivos, possuem ciclo de vida relativamente curto e geram descendentes idênticos, por se reproduzirem por partenogênese, sendo dessa forma um dos organismos teste padronizados pelo estado de Santa Catarina. Este estudo teve por objetivo desenvolver o cultivo de Daphnia magna no laboratório de Meio Ambiente e Ecotoxicologia da Univille, com vistas ao desenvolvimento de pesquisa e monitoramento da qualidade da água das bacias hidrográficas dos rios Cubatão e Cachoeira em Joinville. Foram testadas duas condições diferentes para o estabelecimento do cultivo. A primeira, utilizando água reconstituída a partir de água deionizada e a segunda, com água natural enriquecida com soluções de: cloreto de cálcio di-hidratado (CaCl2 . 2H2O), sulfato de magnésio hepta-hidratado (MgSO4 . 7H2O), cloreto de potássio (KCl) e bicarbonato de sódio (NaHCO3). As condições gerais de cultivo foram temperatura de 18 a 20ºC e fotoperíodo de 16 h claro/ 12 h escuro. Os organismos foram alimentados diariamente com alga Selenastrum capricornutum ou Selenastrum subspicatus. Os resultados demonstraram que o cultivo com água 100% reconstituída não é viável, pela baixa natalidade e alta mortalidade dos organismos. Na segunda condição, com o uso de água natural enriquecida, foram obtidos resultados adequados de adaptação e reprodução da espécie, com baixos níveis de mortalidade. Os organismos cultivados no laboratório apresentam-se dentro da faixa de sensibilidade especificada na norma ABNT (NBR12713), tornando-os viáveis para o uso em ensaios de toxicidade aguda e crônica. Dessa forma, sugere-se a continuidade do uso de água natural enriquecida para o cultivo de D. magna no laboratório de Meio Ambiente e Ecotoxicologia da Univille, tendo como premissa, oferecer organismos em quantidade e qualidade adequadas para o desenvolvimento de pesquisas relacionadas ao meio ambiente aquático e de efluentes em empresas.

ISSN: 1807-5754