17° Seminário de Iniciação Científica

De 15/10/2012 à 19/10/2012

"Se foi viajar, por que não volta?": A morte na Literatura Infantil Juvenil

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville, Brasil

Palavras-chave: Morte, Literatura Infantil Juvenil, Contemporaneidade

A morte ainda é um tabu, mesmo na sociedade contemporânea muitos dos adultos a temem e veem o assunto como algo negativo, repulsivo. Escondem das crianças ou respondem a suas dúvidas com subjetivas explicações de caráter eufêmico ou religioso. Sabe-se, no entanto, que lidar bem com a finitude de tudo que é vivo é fundamental para o desenvolvimento cognitivo e para a formação da personalidade do indivíduo. Sêneca na época de Cristo, já dizia “Vive mal quem não sabe morrer bem”; no século XVI, Montaigne foi além, defendia que saber morrer é uma forma de se libertar de toda sujeição e imposição. Este trabalho, portanto, apoia-se nesta necessidade humana – da qual a criança é bastante privada –, e, fundamentado em estudos de Clarice Lottermann, Wilma da Costa Torres, Vera Teixeira de Aguiar, entre outros teóricos da literatura e da psicologia, leva em consideração o desenvolvimento infantil e o processo histórico da literatura infantil para alcançar o propósito de divulgar as análises e a categorização dos exemplares contemporâneos da Literatura Infantil Juvenil mundial, entre as mais de 50 obras lidas, em que a morte finalmente ganha uma abordagem construtiva, a fim de que haja mais produções acerca deste importante tema, ainda pouco explorada. Acredita-se que são obras como: “Vó Nana”, “Vô, eu sei domar abelhas” e “Apenas um curumim”, em que personagens crianças buscam lidar com a finitude da vida ao vivenciar o falecimento de um idoso; ou “O meu amigo pintor” e “Branca como leite, vermelha como sangue” em que a compreensão da morte se dá a partir de um amigo; ou até mesmo da mãe, em “Andar duas luas”; que poderão auxiliar no favorecimento da naturalização e desmistificação da morte, especialmente para as crianças que tanto necessitam de uma boa (re)conceituação do acontecimento da morte, pois esta deve ser vista como parte constitutiva da vida e definidora da condição humana.

ISSN: 1807-5754