O presente resumo é resultado parcial da pesquisa Bienal VentoSul: Discurso Curatorial, este faz parte do projeto intitulado Discurso Curatorial e as possíveis influências sobre a produção artística emergente de Joinville e Florianópolis (ARTEME). Procura-se a partir da Análise do Discurso, levantar questionamentos, reflexões sobre a proposta curatorial. Como desdobramento, identificar possíveis influências da Bienal VentoSul sobre a produção artística emergente de Joinville e Florianópolis. A Análise do Discurso possui três filiações, a linguística, a psicanálise e o materialismo histórico, estas se articulam, sendo que a interpelação em sujeito advém da ideologia.Na medida em que o discurso é produzido, isto é, quando a palavra se coloca em ritual, estabelece-se o movimento de sentidos e os sujeitos se colocam em contato com a linguagem. Assim, o discurso adquire sentidos na medida em que é produzido, tornando-se sujeito a falhas, uma vez que é ritual. Em 2011, com o conceito curatorial Além da Crise, a Bienal VentoSul proporcionou a reflexão acerca da economia à cultura. No texto Más allá del arte, o curador Ticio Escobar inicia “El arte instala um punto de crisis dentro de la cultura”, isto significa, há um ponto de tensão dentro da cultura no diálogo com a arte. A cultura promove o desenvolvimento humano, a organização social e a preservação; enquanto a arte é o rompimento das coisas tal como são, é a ruptura, a liberdade e a exceção. A Bienal VentoSul é considerada um dos maiores eventos de arte contemporânea da América Latina, esta possui uma estrutura que legitima a arte. Desta forma, estabelece-se um problema, pois segundo Coelho “a cultura na verdade não pode favorecer o desenvolvimento da exceção (...) uma vez que a cultura é apenas a repetição da regra” (2008, p.104). Assim, a tensão entre cultura e arte ocasiona o ponto de crise. O que é estável e seguro se transforma em algo turbulento que demanda adaptação, uma vez que inaugura-se o novo, abre-se a porta para a criação. Desta forma, podemos refletir numa espécie de limite, no qual se traça uma linha tênue do que é arte e do que é cultura. Portanto, como são articulados os discursos entre arte e política cultural na montagem deste evento, levando em consideração que o espaço é institucional e os discursos são “autorizados” e legitimados como objetos culturais?