17° Seminário de Iniciação Científica

De 15/10/2012 à 19/10/2012

Em busca do tempo ensinado: da prescrição à recontextualização do ensino de história em Joinville durante a Campanha de Nacionalização

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Joinville, ensino de história, campanha de nacionalização

Esta pesquisa investiga os arranjos curriculares relacionados com o ensino de história nas escolas teuto-brasileiras de Joinville durante a Campanha de Nacionalização no Brasil (1938-1945) a partir dos conteúdos manuseados por professores e alunos no espaço escolar. De modo esquemático, a pesquisa foi iniciada a partir de revisão bibliográfica acerca dos termos fundamentais que orientaram o estudo, quais sejam: história da educação, ensino e disciplina de história, campanha de nacionalização e o contexto escolar de Joinville e Santa Catarina, história oral. Em campo, a pesquisa foi começada com uma análise de fontes documentais no Arquivo Histórico de Joinville (relatórios e currículos escolares) e na Escola Reunida Municipal Presidente Arthur da Costa e Silva (currículos, relatórios escolares, cadernos, diários de classe, livros didáticos, decretos e leis expedidos durante a campanha de nacionalização). Os conteúdos dessas fontes foram sistematizados por intermédio de uma ficha de leitura que, posteriormente, deu subsídio à escrita de textos acadêmicos sobre os objetos em análise. Houveram empecilhos na coleta de fontes que expressam o currículo prescrito do período, que acabaram se perdendo por uma série de fatores. Face a esses arranjos teórico-metodológicos percebeu-se a necessidade de análises que se atenham à produção do conhecimento escolar pela própria escola. O processo de recontextualização do currículo oficial durante a Campanha de Nacionalização não é resultado único das políticas de controle através da extensão burocrática legislativa do período Vargas sobre a educação. Os programas curriculares que surgiram e os decretos e leis joinvilenses de 1938 a 1945 alterando o funcionamento das escolas e pressionando os funcionários escolares deixam espaço para outra cultura escolar que se expressa nas dificuldades dos professores, de adaptação dos métodos didáticos e conteúdos selecionados, conforme expressam os relatórios escolares da inspetoria da época da nacionalização. Sem dúvidas há inter-relações e intenções entre o universo político e o funcionamento das disciplinas, mas o conhecimento escolar do ensino de história possui procedimento didático interno que lhe é próprio. Perceber que a produção de conhecimento histórico escolar em Joinville não se fez apenas à luz das intenções políticas, e que a disciplina de história possui autonomia em sua produção de conhecimento, é um ponto importante, pois oferecem vias para reflexões contemporâneas sobre o currículo de história praticado na cidade, suas permanências e particularidades em cada temporalidade.

ISSN: 1807-5754