9º Seminário Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão

De 20/05/2013 à 27/05/2013

Ecologia e conservação do bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans) na Bacia Hidrográfica do Rio do Braço, Joinville, SC.

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville, Brasil

Palavras-chave: fragmentação florestal, Alouatta guariba clamitans, conservação

No nordeste catarinense, o aumento de áreas desmatadas para usos humanos tem aumentado a fragmentação principalmente das florestas de planície, o que dificulta a conservação da fauna in situ nestes locais. O Projeto Primatas do Nordeste Catarinense (PRNC) teve por objetivo estudar aspectos da ecologia dos primatas, com a finalidade de subsidiar estratégias e ações conservacionistas na região. Ao longo dos últimos anos pesquisou a população de bugios (Alouatta guariba clamitans) residente em fragmentos florestais de planície na Bacia Hidrográfica do Rio do Braço, dentro do Distrito Industrial de Joinville, SC. Através da observação direta dos grupos, da busca de vestígios (e.g. fezes) e de vocalizações, o projeto registrou a presença dos bugios nos fragmentos, o tamanho dos grupos e os itens consumidos na dieta. Os resultados apontam uma intensa dinâmica de migrações dos grupos e de indivíduos entre os grupos, onde no ano de 2012 foram identificados 43 indivíduos, divididos em 9 grupos, cada grupo composto por 3 à 8 indivíduos. Os fragmentos que abrigam os grupos não possuem estradas que os separam, enquanto noutros fragmentos próximos, separados por estradas, a presença da espécie não foi confirmada. Em relação à dieta, foram identificadas 25 taxa vegetais utilizados na alimentação dos grupos, sendo a família Myrtacea a de maior importância na dieta. Os bugios podem ser considerados como bons dispersores de sementes, pois consomem uma grande quantidade de frutos e sementes e as dispersam sem predar por distâncias variadas da árvore-mãe. Em relação à conservação da espécie, no ano de 2012 o projeto realizou educação ambiental sobre os bugios e corredores ecológicos nas escolas presentes na Bacia do Rio do Braço, divulgou a pesquisa em redes sociais, e tem incentivado a discussão da formação de um corredor ecológico para ligar os fragmentos florestais as áreas contínuas próximas, na sociedade e órgãos ambientais. Portanto, é alta a importância dos bugios para a conservação da vegetação dos fragmentos florestais e de toda a fauna que neles ocorrem. A permanência dos bugios na área dependerá de ações e políticas públicas que incentivem a preservação, como, por exemplo, a criação de um corredor ecológico.

Apoio / Parcerias: FAP - UNIVILLE FUNDEMA/PMJ

ISSN: 1808-1665