1ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 03/11/2014 à 07/11/2014

Análise preliminar do uso de medicamentos para asma grave em pacientes da Farmácia Escola da Univille

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Asma, Uso de medicamentos, Assistência Farmacêutica

Mesmo com o desenvolvimento de políticas públicas que visam o acesso e o uso racional de medicamentos, os problemas relacionados têm aumentado a medida que a acessibilidade é ampliada. O objetivo é estudar o uso de serviços de dispensação e de medicamentos para asma grave de pacientes da Farmácia Escola da Univille. Realizou-se uma busca de dados nos processos e entrevistas com pacientes sobre seus tratamentos. Os resultados preliminares demonstram que a justificação do uso dos medicamentos pode ocorrer pelo reconhecimento dos sintomas das doenças, e essa percepção varia, passando pela não associação dos sintomas à asma, ou pela apresentação de dúvidas quanto ao diagnóstico médico, como ilustradas na fala de um entrevistado: “eu não considero isso uma asma. Por que asma não tem chiado? Eu não tenho chiado”. A análise conforme o modelo de uso de serviços de saúde de Andersen e cols. indica a adesão como um comportamento de autocuidado, influenciado pela percepção do medicamento como necessidade de saúde, não exclusivamente vinculada à doença, mas muito correlacionada aos sintomas. A fala a seguir ilustra essa análise: “eu sinto cansaço, daí eu tenho que tomar o remédio pro meus brônquios abrir, para mim poder continuar o meu trabalho, daí eu faço o meu serviço eu limpo a minha casa, faço almoço” [sic]. A formação e a manutenção da necessidade de saúde, na qual um medicamento é considerado um meio para atingir os objetivos terapêuticos, são correlacionadas à eficácia do fármaco. Quando a eficácia varia, a percepção da necessidade pode ser revista ou até desconsiderada. Em uma situação, um paciente relatou não conseguir controlar as crises de asma. O médico elaborou uma prescrição contendo a mesma associação de fármacos, porém de uma marca distinta. Outro aspecto relevante é o fator financeiro, que expressa a oferta pública de serviços ou a capacidade aquisitiva do paciente, conforme retratado a seguir: “tenho convênio do estado, e ele atende pelo convênio, ... esse convênio do estado ele mudou, aí muitos médicos não quiseram mais, que nem o Dr. X que me tratava, daí ele não quis mais me atender, ele queria cobrar R$ 300,00 por uma consulta”. Como o acesso a medicamentos para asma depende de prescrição médica, os aspectos de financiamento constituem características de acessibilidade. Os resultados preliminares ilustram a complexidade do comportamento de uso de medicamentos e a necessidade de uma abordagem coerente para obter os resultados positivos em saúde.

Apoio / Parcerias: Apoio financeiro: FAP/Univille PPSUS/CNPq/FAPESC Parceria: O trabalho é realizado em conjunto com o Departamento de Ciências Farmacêuticas da UFSC.

ISSN: 1808-1665