O gênero Pleurotus, da classe dos basidiomicetos, abriga cerca de 40 espécies, todas comestíveis e são conhecidos como cogumelo ostra, devido à sua forma. Juntamente com outros fungos, formam um grupo denominado de “fungos de podridão branca”, por produzirem um micélio branco e degradarem tanto a lignina como a celulose. Para tanto, possuem um complexo enzimático lignocelulotítico único que faz com que estes fungos degradem uma grande variedade de resíduos lignocelulósicos. Por outro lado, o Brasil é atualmente o terceiro maior produtor de cerveja do mundo, com 13 bilhões de litros, tendo ultrapassado recentemente a Alemanha. Este aumento na produção acarretou, também, no aumento do resíduo gerado. O malte é um produto resultante da germinação induzida e posterior dessecação da cevada ou de outros cereais e é usado para a produção de cerveja. O grão maltado é prensado e embebido em água, para formar o mosto de cerveja e a parte sólida é separada e constitui o resíduo úmido de cervejaria (RUC) ou também chamado de bagaço de malte. No final do processo de maltagem dependendo do tipo de grão de cereal utilizado (cevada, milho ou arroz) pode ocorrer a geração de até 40% de resíduo de cervejaria úmido. Assim sendo, este trabalho objetivou, primeiramente, caracterizar o bagaço de malte para avaliar sua possível utilização no cultivo para Pleurotus sajor-caju. Esta caracterização foi realizada no bagaço de malte in natura em termos de umidade, carboidratos, lipídeos, proteínas, fibras e cinzas. O bagaço de malte apresentou 73% ± 0,001 de umidade, 17,5% ± 1,07 de carboidratos, 3,85% ± 0,003 de lipídeos, 5,17% ± 0,69 de proteínas, 13,86% ± 0,38 de fibras e 3,53% ± 0,04 de cinzas. Substratos lignocelulósicos como folhas de bananeira e folhas de pupunheira, com valores semelhantes ao resíduo de bagaço de malte, já foram utilizados para produzir fungos do gênero Pleurotus. Assim, o resíduo de bagaço de malte será avaliado, posteriormente, como substrato na produção de Pleurotus sajor-caju.