Santa Catarina é líder na produção nacional de cebolas. Na safra de 2012, com uma colheita anual de cerca de 376,6 mil toneladas, o Estado foi responsável por 32,9% da safra brasileira. As indústrias de alimentos têm utilizado este bulbo tanto na sua forma in natura quanto desidratada. Além disso, o uso apenas do suco da cebola, sem o bagaço, tem sido empregado como aditivo na formulação de diferentes alimentos industrializados. Esse suco vem sendo normalmente obtido por sistemas de prensagem seguido de separadores e concentradores. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do pré-tratamento enzimático da cebola sobre o rendimento e eficiência do processo de extração do seu suco. Foram avaliados dois diferentes tipos de enzimas comerciais (pectinase e celulase) em diferentes concentrações (0; 0,5 e 2,5 mL/kg para a pectinase e 0; 0,5 e 5 mL/kg para a celulase), temperaturas (30, 45 e 60ºC) e tempos de reação (30, 105 e 180 min). Todos os testes foram realizados, no mínimo, em duplicata. Verificou-se, que o maior rendimento em suco (R%= 84,2% em massa úmida) foi obtido ao pré-tratar a cebola, simultaneamente, com as duas enzimas nas suas maiores concentrações (2,5 e 5,0 mL/kg para pectinase e celulase, respectivamente), a 30ºC, durante 180 min. Considerando o teor de umidade da cebola (96,5%) como rendimento máximo em suco que poderia ser obtido (rendimento teórico), a eficiência máxima do processo com enzimas foi da ordem de 91,31%. O uso de enzimas favoreceu o processo de extração do suco de cebola, possibilitando a obtenção de até 2,6 vezes mais suco ao comparar com o mesmo tipo de extração sem utilização de enzimas (32,44%).