Na indústria de extração de aromas são utilizadas diversas matérias-primas de origem vegetal e lignocelulósicas, dentre elas o carvalho e o mate. Visando substituir a lenha usada como combustível em caldeira e o aproveitamento desses resíduos, neste trabalho, avaliou-se a potencialidade energética desses resíduos. Foram realizadas análises granulométrica, lignocelulósica, termogravimétrica (TG), termogravimétrica diferencial (DTG), poder calorífico e densidades aparente e energética, visando avaliar o uso como biomassa na geração de energia por combustão a partir de combustível sólido. As análises de TG e DTG das amostras apresentam dois estágios principais de degradação térmatemica. O primeiro ocorre da temperatura ambiente até, aproximadamente, 170 ºC, com pico endotérmico, atribuído principalmente à evaporação de água (umidade) e do etanol, solvente utilizado na extração de aromas do carvalho. O segundo estágio de degradação ocorre entre 150 e 530ºC, com picos exotérmicos com diferentes intensidades e faixas de temperatura, correspondentes à liberação de energia pela degradação dos materiais voláteis (celulose, hemicelulose e lignin). A maior perda mássica foi registrada em temperaturas de 321 e 456 ºC para o carvalho e mate, respectivamente. O mate apresentou teor de hemicelulose menor que o carvalho (7,14 % e 22,0 %, respectivamente). As amostras apresentaram, também, altos teores de celulose (63,1 % e 56,9 %, carvalho e mate, respectivamente), e o mate teve um teor maior de lignina (14,0 %) do que o carvalho (4,2 %). A lignina aumenta os teores caloríficos da biomassa, isto pode ser verificado ao comparar o poder calorífico das amostras, em que o mate apresenta poder calorífico elevado (20,8 MJ/kg) em relação ao carvalho (17,1 MJ/kg). A densidade das partículas também influencia no poder calorífico. Verificou-se que o 92,18 % das partículas carvalho apresentaram granulometria abaixo de 1 mm, enquanto 67,38 % das partículas de mate apresentaram granulometria entre 1,20 e 1,85 mm. Os resíduos apresentaram altos valores para densidade aparente (284,1 kg/m³ para o mate e 360,5 kg/m³ para o carvalho), que combinada com os altos valores de poder calorífico, forneceram densidades energética dos resíduos (6164,4 MJ/m³ para o carvalho e de 5909,3 MJ/m³ para o mate) com valores atrativos para o aproveitamento energético. Os resíduos carvalho e mate apresentaram grande potencial energético para uso como biomassa combustível para geração de energia.