2ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 09/11/2015 à 10/11/2015

Investigação de fatores predisponentes à reativação do vírus BK em transplantados renais

Palavras-chave: Vírus BK, Transplante renal, Imunossupressão

Introdução: O vírus BK (BKV) tem sua replicação associada a estados de imunossupressão do portador, geralmente constituindo uma infecção assintomática. Pode ocasionar comprometimentos renais diversos, como cistite hemorrágica e estenose uretral, para os quais não se dispõe de tratamento específico. É considerado a principal causa da nefropatia associada ao poliomavírus em pacientes transplantados renais, associando-se à disfunção renal, falha prematura e perda do enxerto. A imunossupressão utilizada na prevenção dos episódios de rejeição aguda pós-transplante propicia o ambiente ideal para a replicação viral e manifestação patológica. Objetivo: O estudo buscou avaliar a prevalência de transplantados renais apresentando replicação do BKV e os fatores predisponentes à sua reativação. Métodos: Estudo transversal e observacional baseado em dados clínicos e sociodemográficos de pacientes acompanhados ambulatorialmente no pós-transplante renal, em Joinville-SC, que realizaram a investigação de viremia pelo BKV entre outubro de 2013 e outubro de 2014. As diferenças entre as proporções foram testadas quanto à significância através do Teste do Qui-quadrado. Resultados: Quarenta e um (7,4% 41/553) pacientes apresentavam replicação do BKV no pós-transplante. Observou-se que 48,8% e 38,9% (P < 0,05) dos pacientes dispondo grupo sanguíneo A apresentavam replicação positiva e negativa, respectivamente. Glomerulonefrite crônica (GNC) fora diagnosticada em 31,7% dos pacientes apresentando viremia pelo BKV, enquanto naqueles sem viremia fora confirmada em 25% dos indivíduos (P < 0,05). O esquema de imunossupressão composto de Micofenolato de Sódio, Prednisona e Tacrolimus foi adotado por 78% dos pacientes com viremia positiva, enquanto dentre aqueles com BKV negativo restringiu-se a 47,6% (P < 0,05). As demais características demográficas, clínicas e laboratoriais (sexo, idade, Painel de Reatividade de Anticorpos, doenças de base) e relativas ao transplante propriamente dito (terapia substitutiva anterior, tempo de diálise pré-transplante, tipo de doador) não apresentaram associação com a replicação do BKV no pós-transplante. Conclusão: Concluiu-se que o uso de imunosupressão à base de tacrolimus, além das características basais não modificáveis “Grupo Sanguíneo A” e “GNC” são fatores significativamente associados à reativação do BKV no pós-transplante renal.

ISSN: 1808-1665