2ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 09/11/2015 à 10/11/2015

Avaliação do grau de invasão dos melanomas cutâneos primários diagnosticados em residentes de Joinville, 2003 a 2014.

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: melanoma, invasão, sistema de saúde

Introdução: O melanoma cutâneo representa apenas 5% dos cânceres da pele, porém, é responsável por até 80% dos óbitos neste grupo de tumores1. A avaliação do grau de invasão tumoral pode ser realizada utilizando-se o índice de Breslow e o nível de Clark. Objetivos: Comparar o grau de invasão dos melanomas diagnosticados nos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) com a dos pacientes do sistema privado (convênios, seguros de saúde, particulares). Métodos: Estudo observacional, transversal, no qual foram coletados dados de diagnóstico de melanoma cutâneo primário (MCP) de pacientes residentes em Joinville/SC, entre os anos de 2003 e 2014, nos três laboratórios de anatomia patológica da cidade. Resultados: Identificou-se 893 pacientes com MCP, destes 367 (41%) foram diagnosticados pelo SUS e 526 (59%) pelo sistema privado. Houve predomínio do sexo feminino (56,8%) e da faixa etária entre 40 e 59 anos (40,4%). Em respeito às características histológicas, predominou o tipo melanoma extensivo superficial (57,8%), com índice de Breslow T1 (41,3%) e nível de Clark III (26%). A comparação dos pacientes atendidos pelo SUS com os do sistema privado não evidenciou diferença com relação ao sexo (p=0,2640), mas mostrou predomínio da faixa etária mais jovem (20 a 39 anos) entre os pacientes do sistema privado (p=0,0004) e de idade mais avançada (70 anos ou mais) entre os pacientes do SUS (p=0,0010). A comparação do estadiamento utilizando os índices de Breslow e o nível de Clark mostrou predomínio de melanomas nas categorias in situ (p=0,0043) e T1 (p<0,0001) entre os pacientes do sistema privado e de T3 (p<0,0001) e T4 (p<0,0001) entre os pacientes do SUS. O nível de Clark seguiu a mesma tendência: maior ocorrência de estágios iniciais (I e II) entre os pacientes do sistema privado (respectivamente, p=0,0029 e 0,0072) e maior ocorrência de estágios mais avançados (IV e V) entre pacientes do SUS (respectivamente p<0,0001 e p=0,0001). Conclusão: Os achados sugerem que os pacientes do sistema privado de saúde são diagnosticados mais precocemente e com melanomas mais finos do que os do SUS, o que pode afetar diretamente o prognóstico da doença.

ISSN: 1808-1665