2ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 09/11/2015 à 10/11/2015

Memórias Múltiplas e Patrimônio Cultural em rede: o registro (auto) biográfico diante da ameaça da perda

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Patrimônio Cultural, Memória, (auto)biografias

Trata-se de uma pesquisa que busca registrar e organizar em rede as Histórias de vida de pacientes acometidos pela Esclerose Múltipla, em Joinville e região, em uma aposta de que o registro (auto) biográfico se configure uma produção heurística diante da ameaça da perda da memória. Se propõe contribuir para articular e fortalecer duas tendências que atravessam as trajetórias de pesquisa com essa característica: (i) a centralidade e valorização da História de Vida de pessoas comuns como Patrimônio Cultural e (ii) a compreensão de que a (auto) biografia apresenta desafios metodológicas no fazer pesquisa que demandam necessariamente diálogos interdisciplinares. A Esclerose Múltipla, EM, é uma doença neurológica crônica cujas características são imprevisíveis. É comum que os pacientes relatem diferentes sintomas e essa variação é causadora de uma incerteza bastante grande, ou seja, nunca se sabe o próximo evento. Ao propor a organização e consolidação de uma rede de Histórias de Vida de pacientes portadores de Esclerose Múltipla de Joinville e região, essa pesquisa se compromete na comunicação dessas histórias como patrimônios culturais, além de apostar em um diálogo articulado e sistemático com saberes das áreas humanas e da saúde. A experiência compartilhada nesse trabalho teve como objetivo transcrever as Histórias de Vida orais de pacientes com Esclerose Múltipla disponibilizando-as em forma de textos. A metodologia foi orientada pela História Oral, entendida como uma abordagem ampla, como intepretação das histórias e culturas em processo de transformação, por intermédio da escuta às pessoas e do registro das histórias de suas vidas. A principal habilidade exigida ao pesquisador é a escuta das reconstruções de experiências narradas pelos entrevistados. A memória como recriação da experiência de vida que traz à tona as significações, os sentidos de identidade, alteridade, pertencimentos, mas também medos, frustrações e expectativas de futuros. Ao propor a organização e consolidação de uma rede de Histórias de Vida de pacientes portadores de Esclerose Múltipla de Joinville e região, essa pesquisa se comprometeu na comunicação dessas histórias como patrimônios culturais, além de apostar em um diálogo articulado e sistemático com saberes das áreas humanas e da saúde. Essa problemática aposta na potencialidade epistemológica dos mecanismos (auto) biográficos e na defesa das Histórias de Vida como Patrimônios Culturais e no sonho político a que nos fala Paul Thompson “Nunca se deve subestimar o poder do compartilhamento da experiência humana” (THOMPSON, 2006. p. 41).

Apoio / Parcerias: ARPEMJ Museu da Pessoa

ISSN: 1808-1665