O curso de Engenharia Mecânica do Campus São Bento do Sul, no ano de 2010, participou pela primeira vez da Maratona Universitária da Eficiência Energética. Naquele ano foi construído um veículo que possuía motor de 80 cc carburado, e que tinha como principal diferencial tecnológico o uso de um sistema de câmbio CVT. O desempenho do veículo surpreendeu a todos, pois o mesmo conseguiu uma autonomia da ordem de 82,5 km/l de etanol, culminando com a conquista do terceiro lugar na categoria e o recebimento de três motores como prêmio, para uso em laboratório na universidade. Nos anos seguintes, constituiu-se o projeto de eficiência energética automotiva dos cursos de Engenharia do Campus São Bento do Sul, denominado projeto maratona, proporcionando assim a continuidade dos estudos iniciados no ano de 2010. A equipe, inicialmente formada por acadêmicos de Engenharia Mecânica, focou os trabalhos e pesquisas no desenvolvimento de tecnologias para motores Ciclo Otto monocilíndricos de baixa cilindrada, os quais eram utilizados na maratona, e de forma geral as pesquisas trataram de sistemas de partida, taxas de compressão e sistema de injeção eletrônica. No campo da injeção eletrônica, como não existe comercialmente sistemas específicos que possam ser utilizados para estes tipos de motores, a equipe desenvolveu pesquisas e projetos que viabilizaram a construção do corpo de injeção e a utilização de bicos injetores comerciais, que possibilitaram a instalação e utilização de sistemas de injeção eletrônica de combustível em motores Ciclo Otto monocilíndrico de baixa cilindrada. Os resultados obtidos durante estes anos de pesquisa com relação a aplicação da injeção eletrônica, foram positivos e agregadores, uma vez que a equipe conseguiu na última participação na competição, desenvolver protótipos, cujas eficiências energéticas culminaram na autonomia dos veículos a etanol e gasolina na ordem de 169 km/l e 245 km/l respectivamente. Os sistemas de injeção eletrônica utilizados no projeto são conceitualmente conhecidos como injeção indireta, pois a mistura do combustível e ar ocorre antes da entrada na câmara de combustão do motor. No ano de 2016, objetivando o aumento da eficiência dos motores, a equipe desenvolveu o projeto de injeção direta de combustível para motores Ciclo Otto monocilíndricos de baixa cilindrada, onde a mistura do combustível e ar ocorre dentro da câmara de combustão do motor. O projeto encontra-se em fase de análise das simulações em software, as quais poderão indicar a viabilidade de construção e aplicação deste sistema nos próximos protótipos.