O atual cenário brasileiro propõe novas diretrizes para o Ensino Médio com estrutura curricular voltada para áreas de concentração do saber adiantando o processo de escolha profissional afetando a maturidade dos adolescentes. A adolescência por si só é um período de conflitos relativos à constituição da identidade. Nesta fase singular o adolescente precisa fazer sua identificação profissional num período de integração de identidades diversas, de elaboração de luto por todas as identificações que precisa deixar, pela infância perdida e de posicionamento vacilante no mundo adulto que não o reconhece como tal. (BOHOSLAVSKY, 2007; BORDAO-ALVES, 2008). Assim, objetivou-se levantar dados iniciais quanto à maturidade da escolha profissional de diferentes públicos do projeto de extensão Oi Profissional da Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE. Os resultados originaram-se dos percentis da Escala de Maturidade para Escolha Profissional (EMEP) com pré e pós-teste composta por cinco subescalas/fatores: Determinação, Responsabilidade, Independência, Autoconhecimento e Conhecimento da Realidade. Em 2016, até o mês de agosto participaram desse projeto 84 adolescentes e 59 realizaram a EMEP (13 do sexo masculino e 46 feminino entre 15 a 19 anos) oriundos de escolas distintas. Os resultados dos fatores apontam diferenças entre: a) gênero: a Determinação com maior evolução para ambos os sexos (aumento de 38% para o gênero masculino e 30% para o feminino); escore geral de maturidade (aumento de 31% para gênero masculino e de 23% para o feminino); b) ensino público e privado: a Responsabilidade e o Autoconhecimento com maior escore no ensino público (aumento de 24%) e a Determinação no ensino privado (aumento 34%). Os escores gerais demonstram que o ensino privado teve maior evolução que o ensino público nos índices superiores da escala (aumento de 32% e de 8%, respectivamente); c) ensino técnico e regular: a Responsabilidade teve maior escore no ensino técnico (aumento de 30%) e o Conhecimento da Realidade no ensino regular (aumento 25%). Nos escores gerais, os participantes do ensino técnico evoluíram mais que os do ensino regular (aumento de 31% e de 19%, respectivamente); d) resultado geral dos grupos: a Responsabilidade teve maior evolução (aumento de 32%). A média de evolução de todos os fatores dos participantes foi de 21%. Esses resultados e outros (MELO-SILVA, OLIVEIRA e COELHO, 2002; NEIVA, 2003) evidenciam que a EMEP é um instrumento eficiente para avaliação de Orientação Profissional e que as diferenças encontradas indicam necessidade de análises aprofundadas sobre a maturidade de escolha profissional brasileira.