3ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 31/10/2016 à 04/11/2016

Biobanco Brasileiro de AVC: resultados iniciais da coleta e armazenamento de dados clínicos, demográficos e DNA

Palavras-chave: Acidente Vascular Cerebral, Biobanco, Predisposição genética

Entre as doenças cerebrovasculares, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de óbito no Brasil. O AVC é classificado como isquêmico (obstrução do fluxo sanguíneo por um coágulo) e hemorrágico (rompimento de vaso sanguíneo cerebral). Apesar do conhecimento de alguns fatores já descritos que predispõem ao AVC (hipertensão, diabetes, etc), a razão porque alguns indivíduos apresentam maior susceptibilidade estando nas mesmas condições ambientais é desconhecida. O objetivo deste trabalho foi descrever a constituição de um banco de DNA genômico brasileiro associado a dados demográficos, clínicos e laboratoriais que auxiliem futuramente no diagnóstico, tratamento e prevenção do AVC. Foram selecionadas cinco cidades: Sobral (CE), Sertãozinho (SP), Canoas (RS), Campo Grande (MS) e Joinville (SC). Os dados coletados dos pacientes seguiram os critérios do “National Institute of Health”. Os controles não apresentavam consanguinidade e histórico de AVC e foram pareados por idade e sexo com os pacientes. Enfermeiros realizaram coleta de sangue de pacientes e controles por punção venosa (Joinville) ou digital (demais cidades). A extração do DNA impregnado em “FTA Elute Cards” foi realizada no Laboratório de Biologia Molecular da Univille, seguindo instruções do fabricante. Até julho de 2016, foram incluídas 5827 amostras: 2546 pacientes e 3281 controles. De julho de 2014 a julho de 2016 foi extraído o DNA de 592 pacientes (Sobral – 139; Sertãozinho – 82; Canoas – 146; Campo Grande – 225) e 423 controles (Sobral – 90; Sertãozinho – 179; Campo Grande – 154). Quanto a Joinville, as amostras foram extraídas no período de maio de 2010 a maio de 2016, sendo 1954 pacientes e 2858 controles. A maioria dos casos (73,6%; 1874/2546) corresponderam a AVC Isquêmico. Eventos hemorrágicos atingiram 8,7% (223/2546), Acidentes Isquêmicos Transitórios 13,1% (334/2546) e os eventos não classificados compreenderam 4,5% (115/2546) dos casos. Eventos de AVC isquêmico foram classificados via critério “TOAST” como aterotrombóticos (19,2%; 361/1874), cardioembólicos (22,2%; 417/1874), lacunares (24,2%; 454/1874), indeterminados (14,8%; 279/1874) e outras causas (19,3%; 363/1874). O sexo masculino foi mais prevalente entre os pacientes (54,4%) e o sexo feminino entre os controles (67,3%). As médias das idades dos pacientes e controles foram de 65 ±12 anos e 54 ±18 anos, respectivamente. Prevê-se a inclusão de amostras e dados de 400 novos casos por ano em cada cidade. Dados clínicos, ambientais e epidemiológicas, combinados com a investigação da influência de fatores genéticos, poderão aumentar a compreensão dos fatores que predispõem ao AVC no Brasil.

Apoio / Parcerias: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

ISSN: 1808-1665