4ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 23/10/2017 à 26/10/2017

O cultivo do microcrustáceo Mysidopsis juniae (Silva, 1979) e a contaminação por biofilme bacteriano

Palavras-chave: Cultivo de misidaceos , contaminação , biofilme

O Mysidopsis juniae pequeno crustáceo marinho, característico de regiões costeiras. É indicado como organismo teste na avaliação da toxicidade de águas marinhas. Utiliza-se o Mysidopsis juniae para ensaios de toxicidade aguda e crônica contribuindo com os programas de monitoramento ambientais de águas estuarinas. Os organismos da espécie Mysidopsis juniae, obtidos originalmente da Universidade do Vale de Itajaí (UNIVALI, SC), foram cultivados no Laboratório de Ecotoxicologia Ambiental da UNIVILLE, na Unidade São Francisco do Sul, atua seguindo a norma da ABNT NBR 15308/2005. No ano de 2016, o cultivo apresentou contaminação por biofilme bacteriano, resultando na sua perda total. Portanto este trabalho avaliou a contaminação e eliminação da contaminação por biofilme neste cultivo. Um biofilme e uma matriz de polissacarídeos aderidos contendo células bacterianas embebidas nela que podem se aderir a superfícies abióticas ou bióticas. Não se sabe a origem da contaminação, existem apenas hipóteses. Foram observados a presença de biofilme na superfície dos aquários, nos tubos de aeração e aderido aos próprios organismos, o que dificultava a sua natação, alimentação, seu desenvolvimento e resultava na sua morte. Foi observado organismos presos no biofilme aderido na superfície dos aquários. Após os procedimentos de limpeza serem realizados, em 2017, houve uma nova introdução de organismos. Na primeira semana o cultivo voltou a apresentar contaminação e de acordo com a contagem, 757 organismos morreram. Na segunda semana, 510 organismos morreram e na terceira, 56, levando ao fim do cultivo. Após a última contaminação um novo método de desinfecção foi testado, todos os materiais do cultivo foram limpos com detergente, enxaguados com água corrente e depois imersos em hipoclorito de sódio a 2% por 24 horas, após este período o material foi enxaguado em água corrente e lavado com álcool a 70%, novamente enxaguado com água corrente e em seguida enxaguado com água submetida ao processo de osmose reversa. Depois foram levados à estufa, onde foram submetidos à temperatura de 60 ºC por 24 horas. Em análise aos dados, notou-se a dificuldade de sobrevivência do organismo a contaminação. Os métodos de limpeza que seguem a Norma da ABNT NBR 15308/2005 não se mostraram eficazes. Após o novo processo de desinfecção o cultivo passou a responder melhor diminuindo a mortalidade em torno de 50% estando atualmente em processo de restabelecimento e aclimatação para início de testes.

ISSN: 1808-1665