4ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 23/10/2017 à 26/10/2017

Mamíferos marinhos: uso por povos pré-coloniais sambaquianos da Baía da Babitonga

Univille, Univille, Joinville

Palavras-chave: Sambaquis, mamíferos marinhos, Baía da Babitonga

Este projeto, que conta com bolsa do artigo 170, visa levantar, a partir da literatura, os mamíferos marinhos mais ocorrentes na Baía da Babitonga, comparar a diversidade atual com dados sobre estes animais na pré-história, a partir de acervos da Univille e arqueológico do MASJ, e discutir os usos destes animais por estes povos no passado. A metodologia utilizada consiste em um levantamento bibliográfico da literatura sobre o assunto, na identificação taxonômica e tafonômica dos vestígios encontrados nos acervos MASJ e UNIVILLE, e análise dos usos dos mamíferos marinhos pelos sambaquianos da Baía da Babitonga. Estudando esses vestígios podemos analisar as características dessas sociedades pré-históricas, incluindo a dinâmica de estratégias de sobrevivência, biogeografia e inovações tecnológicas na parte de caça. Alguns pesquisadores, como Rohr (1977) e Aguiar et al (2001), acreditavam que os vestígios de cetáceos em sambaquis era resultado da pesca pelos sambaquianos. Entretanto, Tiburtius (1976), Castilhos (2005) e Bacha (2016) mencionam que estas populações não eram especializadas na caça e captura de mamíferos marinhos levando a supor que os materiais arqueológicos provenientes dos sítios possam ser resultados de uma coleta da carcaça ou pesca acidental. Isto porque, mesmo estes grupos possuindo grande habilidade na prática da pesca, com base nos vestígios de fibras trançadas para confecção de redes, estacas, lanças, arpões e pesos de rede encontrados em muitos sítios arqueológicos, não há presença de marcas destas ferramentas de pesca em ossos destes animais ou uso de utensílios apropriados para captura de cetáceos (CASTILHOS, 2005). Tendo como resultados parciais do projeto o levantamento de espécies que ocorrem na Baía da Babitonga, havendo registro de dez espécies de mamíferos marinhos, os quais pertencem a dois grandes grupos. Os mais diversificados e constantes na baia é a ordem Cetardiodactyla, com seis espécies: Baleia-franca, baleia-minke-anã, falsa-orca, boto-da-tainha, boto-cinza e toninha. E os mamíferos marinhos pertencentes a ordem Carnivora, com quatro espécies: leão-marinho-do-sul, lobo-marinho-subantartico, lobo-marinho-antartico e a foca-caranguejiera. Sendo o boto-cinza e a toninha residentes da Baia da Babitonga. Junto com o levantamento realizado na região, se tem registro de vestígios de misticetos em 15 sambaquis. Uma quantidade considerável, visto que, somente 20% dos sambaquis da Baía da Babitonga foram estudados. Tal composição levanta problemáticas sobre as formas de interação ecológica entre estas complexas sociedades e os cetáceos na Baía da Babitonga.

Apoio / Parcerias: Laboratório de Mamíferos Marinhos da Univille e profa. Marta Cremer coorientadora

ISSN: 1808-1665