5ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 16/10/2018 à 19/10/2018

Avaliação da capacidade de degradação do bisfenol-A por "Pleurotus sajor-caju", dos produtos de degradação e da toxicidade antes, durante e após o tratamento enzimático.

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville, Brasil

Palavras-chave: Interferente endócrino, Enzimas lignocelulolíticas, Resíduos agro-industriais

O bisfenol-A (BPA) é classificado como um composto interferente endócrino. Estes compostos são suspeitos de alterar as funções do sistema endócrino e, consequentemente, causar efeitos adversos à saúde dos seres vivos. Por conta disso, os efeitos do BPA sobre a saúde humana tem sido muito discutido nas últimas décadas, assim como, tem-se discutido o efeito do BPA sobre o meio ambiente, devido a migração deste para o solo e/ou para o meio aquático, por conta, por exemplo, do descarte inadequado de materiais plásticos, materiais de construção, eliminação de efluentes de estações de tratamento municipais, lixiviação de aterros etc. Existem diferentes formas e/ou metodologias para se remover/degradar o BPA em efluentes. Entretanto, um método bastante promissor tem sido a utilização de enzimas oxidativas, especialmente as lacases, produzidas por diferentes fungos para a degradação desta classe de poluentes. Fungos do gênero "Pleurotus" são reconhecidamente bons produtores de lacases e donos de um complexo enzimático único. Assim sendo, este trabalho teve como objetivo avaliar a capacidade de degradação do BPA por lacases contidas no caldo enzimático bruto de "Pleurotus sajor-caju" e avaliar a toxicidade da solução antes e após o tratamento enzimático. O caldo enzimático foi obtido utilizando-se biorreator de bancada (4 L de volume de trabalho), 30°C, 350 rpm, 0,37 vvm e pH inicial ajustado em 6,0. Os ensaios para avaliação da capacidade de degradação do BPA pelo caldo enzimático foram realizados em tubos de ensaio contendo solução BPA (30 ppm), solução tampão (pH 5,0) e caldo enzimático bruto, na proporção 1:1:1. Para avaliação da toxicidade utilizou-se teste agudo com o microcrustáceo "Daphnia magna" e o teste com sementes de rúcula. O caldo enzimático bruto mostrou-se eficiente na degradação do BPA. Em 10 horas de reação obteve-se remoção de 100% do BPA. Além disso, foi possível observar redução da toxicidade da solução de BPA após o tratamento enzimático, tanto nos testes com "Daphnia" (diminuição de 5 vezes na toxicidade utilizando-se diluição de 12,5%) quanto nos testes com semente de rúcula (diminuição de 320 e 28 na toxicidade para raiz e para a planta). A utilização do caldo enzimático bruto de "Pleurotus sajor-caju" mostra-se bastante promissora para resolução futura de problemas ambientais, como a remoção do composto interferente endócrino bisfenol-A (BPA).

Apoio / Parcerias: Este projeto teve auxílio financeiro do Fundo de Apoio a Pesquisa da UNIVILLE (FAP-UNIVILLE). Os resíduos agroindustriais, palha de bananeira e cascas de banana, foram obtidos da empresa Tipikus Alimentos, localizada em Garuva.

ISSN: 1808-1665