5ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST
De 16/10/2018 à 19/10/2018
Caracterização do desenvolvimento embrionário inicial do microscrustáceo marinho Mysidopsis juniae (Silva, 1979), de ocorrência na Baia da Babitonga, litoral norte de Santa Catarina.
- Lilian Machado, Graduando, liikadata@hatmail.com
- Gladys Daniela Rogge Renner, Dr(a), roggerenner@uol.com.br
Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville, Brasil
Palavras-chave: misidáceo, acidofilia, basofilia
Os misidáceos são pequenos crustáceos conhecidos como camarões-gambá, pois as fêmeas possuem uma pequena bolsa na região ventral, conhecida como marsúpio, cuja função é armazenar ovos e filhotes. Algumas espécies são de água doce, mas a maioria é marinha e encontrada em todas as profundidades. São animais de grande importância na cadeia trófica marinha e importantes bioindicadores. São morfologicamente semelhantes a camarões, embora bem menores (2 a 3 mm). Embora tenha grande importância ecológica e ambiental, poucos são os estudos envolvendo o ciclo de vida e o desenvolvimento embrionário inicial dos misidáceos. Para se conhecer a influência de fatores poluentes ambientais, como Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos (HPA), no desenvolvimento embrionário de uma espécie, faz-se necessário conhecer primeiramente como é esse desenvolvimento embrionário inicial geral dos misidáceos, sendo esse o objetivo deste trabalho. O cultivo dos organismos ocorreu no Laboratório de Toxicologia da Univille em São Francisco do Sul - SC. O estudo foi desenvolvido com 90 fêmeas com 15 a 30 dias de vida, fixadas com solução de formaldeído a 2,5% tamponada (1:1) por 4h e posteriormente as amostras foram submetidas ao processamento histológico padrão e analisadas através de técnicas de microscopia de luz. Os cortes histológicos foram fotografados em microscópio Leica DM 2500 acoplado com câmera Leica MC 170 HD para a captura de imagens. Foram obtidas 76 lâminas e 248 cortes histológicos para a identificação das fases iniciais do desenvolvimento embrionário. Nas análises realizadas, observou-se que as fêmeas armazenam 2 ovos em seus marsúpios, dado até então desconhecido para esta espécie. Os ovos dos misidáceos apresentam grande quantidade de vitelo (ovos megalécitos), demonstrando intensa acidofilia. O embrião do misidáceo foi observado nesta fase com células muito basófilas, apresentando na região dorsal, pelo menos 3 células na região cefálica, com núcleos mostrando heterocromatina com basofilia igualmente intensa, 12 pares de células corporais com núcleos claros, cromatina descondensada e pelo menos uma célula alongada afilada na região caudal. O que dificulta a observação desses processos nos misidáceos é o reduzido tamanho dos organismos e dos seus embriões. Os resultados sugerem que, pela semelhança morfológica encontrada entre os organismos e as fases embrionárias observadas nos misidáceos e na literatura pesquisada descrita para os camarões, provavelmente estes organismos tenham o desenvolvimento embrionário semelhante.
Apoio / Parcerias: CNPq
Univali
ISSN: 1808-1665