Em mata de araucária, denominada floresta ombrófila mista (FOM), a comunidade de abelhas silvestres se torna muito importante em termos de biodiversidade e como agente polinizador. Entretanto, as populações estão sendo reduzidas drasticamente devido à ocupação intensiva da terra para agricultura e urbanização e pela intoxicação com pesticidas. Em Rio Negrinho (RN), SC, não há estudos sobre a apifauna nativa, apesar do grau de ameaça que atinge os polinizadores, principalmente em zona rural. O objetivo do presente trabalho é fazer um levantamento da apifauna e suas fontes de alimento, em área de mata de araucária, visando obter um levantamento atual acerca da sua diversidade. O estudo está sendo desenvolvido em duas áreas de RN, na localidade de Rio Preto: a área 1, situada na Fazenda Velha, a 23 km da cidade, com 425.000 m², instalada desde 1.900, que inclui cultivos de soja e aveia, pastagens, plantios de Pinus elliottii e eucalipto, matas ciliares e fragmentos de Floresta Ombrófila Mista nativa e a área 2, localizada no entorno do Mosteiro Trapista Nossa Senhora da Boa Vista, situado a 10 km da cidade, instalado desde 2011, que inclui área verde com fragmentos de Floresta Ombrófila Mista. Foram iniciadas, em junho de 2018, amostragens quinzenais, nas duas áreas. As abelhas são procuradas sobre plantas floridas, coletadas com redes entomológicas e pratos armadilhas, preparadas para acondicionamento em frascos plásticos. São registrados, fotograficamente, ninhos em barrancos cujas entradas são marcadas com gravetos. As plantas associadas às abelhas são fotografadas e coletadas. Todos os materiais são processados para preservação e identificação. Os dados são tabulados em banco de dados. Serão calculados índices ecológicos (diversidade, equabilidade, dominância, similaridade e estimadores de riqueza). As coletas realizadas até o momento resultaram em 42 indivíduos coletados em rede entomológica e 3 em pratos armadilhas. Foram coletadas e herborizadas 12 espécies de plantas associadas às abelhas. O total de indivíduos amostrados soma 94. Foram identificadas até o momento as espécies Trigona spinipes (Fabricius, 1793) e Apis melífera L. 1758. As coletas estão em curso e totalizarão 12 meses.