5ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 16/10/2018 à 19/10/2018

Estudo comparativo sobre a produção de polissacarídeos por Schizophyllum commune selvagem e geneticamente modificado

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: engenharia genética , Schizophyllum commune, polissacarídeos

As atividades biológicas antitumorais e imunomoduladoras de cogumelos medicinais têm sido atribuídas a polissacarídeos do tipo ²-(1’3)-glucana presentes na parede celular dos fungos. As ²-(1’3)-glucanas derivadas de fungos são sintetizadas pela enzima ²-(1’3)-glucano sintase (GLS), uma complexa proteína de membrana que é constituída por uma subunidade catalítica (FKS 1 e 2) e outra subunidade regulatória (RHO). A hipótese formulada neste trabalho sustenta que, por meio da Engenharia Genética e mudança de promotor natural da glucano sintase pelo promotor constitutivo da gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase e/ou da hidrofobina, seja possível obter um organismo capaz de produzir maiores quantidades deste polissacarídeo em comparação ao tipo selvagem. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi comparar a produção de polissacarídeos por uma cepa selvagem de Schizophyllum commune (ScW), um fungo reconhecido pela produção de ²-(1’3)-glucano, com aquela obtida de uma cepa de S. commune geneticamente modificada (ScT4). A produção de polissacarídeos foi realizada em tubos Falcon de 50 mL, com 30 mL de meio de cultivo. As amostras foram coletadas a cada 3 dias e ao final do cultivo os polissacarídeos do caldo e da biomassa foram extraídos com água quente, precipitados com etanol, liofilizados, pesados e caracterizados por FT-IR e RMN. O teor de açúcares totais foi determinado pelo método fenol sulfúrico, o consumo de glucose foi medido pelo método da glucose oxidase-peroxidase e a composição monossacarídica foi determinada por cromatografia líquido-gasosa. Em 12 dias de cultivo, quando já não havia mais glucose em ambos os cultivos, os valores encontrados foram de 0,53±0,06 e 0,96±0,19 g/L de polissacarídeos para ScW e ScT4, respectivamente, com diferença estatisticamente significativa. Ao comparar os principais sinais associados aos grupos funcionais do polissacarídeo extraído de ambas as cepas, nota-se que alguns sinais não estão presentes em ambas estruturas. Ainda, os resultados mostram um maior grau de ramificação para o polissacarídeo obtido de ScW (0,41) quando comparado a ScT4 (0,29) e que glucose foi o monossacarídeo predominante em ScW, enquanto galactose predominou em ScT4. A modificação genética em S. commune afetou a produção e a composição dos polissacarídeos produzidos. Os diferentes polissacarídeos que podem ser extraídos dos fungos mutantes trazem novos horizontes à química de carboidratos, e instigam a descoberta de efeitos terapêuticos, sendo importante investigar e caracterizar estas estruturas químicas.

ISSN: 1808-1665