Como prática existente desde tempos imemoráveis, a prostituição permanece presente e marginalizada na sociedade atual, fazendo com que as profissionais do sexo tenham que percorrer um longo caminho de discriminações, preconceitos e outros riscos que a profissão e seus desdobramentos oferecem. Em vista disso, a presente pesquisa tem como objetivo identificar quais os aspectos emocionais relacionados às atividades exercidas pelas profissionais do sexo, considerando as variáveis provenientes do contexto social no qual elas vivem e suas possíveis influências sobre a imagem que elas possuem de si mesmas e de seu trabalho. O estudo se constitui a partir da abordagem qualitativa e do cunho exploratório, podendo ser considerada tanto um estudo de caso, quanto uma pesquisa de campo. A coleta de dados foi feita através de entrevistas semiestruturadas com um total de oito profissionais do sexo provenientes, de um bordel previamente selecionado pelos pesquisadores, localizado em Joinville, na Região Norte de Santa Catarina. A discussão dos dados obtidos ocorrerá em três eixos distintos, intitulados: a) serás discreta, jamais apontarás um homem na rua e dirás que ele é teu cliente; b) não beijarás na boca, beijo é afetivo, só o darás a quem quiseres; e c) terás orgulho da tua profissão e usarás camisinha. Esses eixos irão abordar uma análise com a concepção da psicodinâmica do trabalho focando, respectivamente, sobre a entrada da mulher nesta profissão e sua visão sobre o seu trabalho atualmente; a concepção que ela tem acerca da discriminação e da violência presente em seus diferentes contextos em virtude dos desdobramentos de sua profissão; e finalmente, suas expectativas para o futuro em relação à profissão e sua visão sobre a influência que os desdobramentos provenientes, das atividades exercidas, têm sobre a sua saúde física e mental, assim como a importância do profissional psicólogo para a manutenção da saúde mental das profissionais do sexo. Neste contexto, conclui-se que a desmistificação desta profissão depende da transformação de tradições, as quais estão enraizadas culturalmente na sociedade. Portanto, a presente pesquisa visa romper com estereótipos e estigmas sociais, rotulados pela sociedade desde os primórdios desta profissão, desenvolvendo um olhar empático sobre estas profissionais.