5ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 16/10/2018 à 19/10/2018

Investigação da presença do gene mcr-1 em bactérias resistentes à colistina isoladas de animais domésticos em Joinville/SC

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Bacilos Gram negativos, Resistência antibiótica, Gene mcr-1

Introdução: A crescente resistência aos agentes antimicrobianos tornou-se uma das principais preocupações para a saúde humana e animal. O primeiro caso descrito de resistência à colistina mediada por plasmídeo ocorreu em 2015, em Escherichia coli portadora do gene mcr-1. Um estudo recente relatou que cepas portadoras do gene mcr-1 já foram identificadas em 31 países. A comunidade científica e as entidades de saúde pública relatam que a disseminação de novos clones portadores deste gene constitui uma grande ameaça à saúde humana e animal, principalmente na ocorrência associada com outros mecanismos de resistência. Objetivo: Neste contexto, objetivou-se investigar a ocorrência do gene mcr-1 em bactérias resistentes à colistina, isoladas de materiais clínicos de animais domésticos. Métodos: Os isolados bacterianos com resistência fenotípica à colistina foram cedidos pelo Laboratório MEDIVET Diagnósticos Veterinários. A extração do DNA bacteriano foi realizada via choque térmico a partir de cultivo em meio sólido. Para a verificação da presença do gene mcr-1 foi utilizada a técnica Reação em Cadeia da Polimerase com utilização dos iniciadores específicos CLR5-F (5'-CGGTCAGTCCGTTTGTTC-3') e CLR5-R (5'-CTTGGTCGGTCTGTAGGG-3'), seguido de eletroforese em gel de agarose a 1% e fotodigitalização. Será realizado o teste de microdiluição em caldo para a determinação da concentração inibitória mínima (MIC) das cepas apresentando positividade para o gene mcr-1 utilizando o kit Policimbac®. Os isolados mcr-1 positivos terão o gene parcialmente sequenciado em plataforma Applied BiosystemsTM 3500 e comparado às sequências nucleotídicas disponíveis em um banco de dados de acesso livre (GenBank). Resultados: Até o momento foram processados 66 isolados, sendo sessenta e quatro provenientes de cães e dois de felinos. Os resultados parciais demostram que as espécies bacterianas resistentes à colistina mais prevalentes foram E. coli (29), Proteus sp. (17), Pseudomonas sp. (07), Enterobacter sp. (7) e Klebsiella sp. (6). Quatro isolados foram positivos para o gene mcr-1, sendo E. coli (2), K. pneumoniae (1) e Enterobacter sp. (1). Conclusão: Nossos achados são preocupantes, pois o gene mcr-1 pode estar localizado em plasmídeos prontamente transferíveis, via conjugação, e as espécies portadoras são amplamente distribuídas e compartilhadas entre meio ambiente, animais e seres humanos. Neste estudo foi confirmada a ocorrência do gene mcr-1 em bactérias isoladas de animais domésticos, o que acrescenta um possível novo meio de disseminação da resistência à colistina no Brasil devido ao contato próximo dos animais domésticos com os seres humanos. Ressalta-se a importância de estudos epidemiológicos e moleculares sobre a ocorrência e disseminação do gene mcr-1.

Apoio / Parcerias: FAP- Univille

ISSN: 1808-1665