Raulinoa echinata R. S. Cowan (Rutaceae), popularmente conhecida como sarandi, é uma espécie reófita endêmica do Vale do Itajaí, com distribuição restrita a um pequeno trecho das margens e ilhas fluviais do rio Itajaí-Açu, entre os municípios de Ibirama e Indaial, em Santa Catarina. Tem alto grau de adaptação às condições ambientais variáveis e adversas decorrentes das frequentes inundações. Este estudo busca realizar a caracterização histoquímica de folhas jovens de R. echinata nos municípios de Apiúna e Indaial. Amostras de folhas são seccionadas à mão livre e os cortes submetidos aos reagentes: Dragendorff (alcaloides), lugol (amido), cloreto férrico (compostos fenólicos gerais), sulfato azul do Nilo (lipídios ácidos e neutros), vanilina clorídrica (taninos), reagente de Liebermann-Burchard (terpenos) e reagente de Schiff (polissacarídeos). Nas folhas dos espécimes até agora analisados foram observados compostos compatíveis com alcaloides, amido, compostos fenólicos, lipídios ácidos e neutros, taninos e terpenos. A presença de alcaloides foi verificada em especial na cutícula da epiderme, no parênquima paliçádico, no esclerênquima e no floema dos feixes vasculares. Amido ocorre no parênquima esponjoso, parênquima paliçádico e na bainha dos feixes vasculares pequenos. Compostos fenólicos ocorrem na epiderme e em menor quantidade no parênquima paliçádico e esponjoso. Lipídios ácidos e neutros ocorrem na epiderme, nas estruturas secretoras e no esclerênquima. Taninos estão presentes nos parênquimas paliçádico e esponjoso, no xilema dos feixes e na epiderme das faces abaxial e adaxial. Terpenos ocorrem nas células parenquimáticas dos feixes vasculares, na epiderme, no parênquima paliçádico e em destaque no parênquima esponjoso. Os resultados obtidos comprovam a existência e a histolocalização dos compostos secundários em análise nas plantas de R. echinata.