5ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 16/10/2018 à 19/10/2018

Desafios de um patrimônio: o caso da Igreja Matriz Nossa Senhora da Graça

Universidade da Região de Joinville , UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Patrimônio Cultural, Memória , Preservação

Objetiva-se nesse trabalho discutir as dificuldades e os desafios encontrados por aqueles que trabalham, cuidam e tem um imóvel tombado pelo IPHAN em seu cotidiano. Aqui o olhar é voltado para a Igreja Matriz Nossa Senhora da Graça, uma igreja de 352 anos, localizada no Centro Histórico da cidade de São Francisco do Sul, Santa Catarina. A igreja tornou-se paróquia no ano de 1665, mas antes dessa data já existia como capela. Por sua antiguidade e importância para a história local, a igreja carrega significados e memórias para a comunidade, que como forma de proteção foi tombada em 1985, juntamente com outros 400 imóveis que compõe o Centro Histórico, e desde sua concepção sofre com a ação do tempo e do homem. Para a realização dessa pesquisa utilizou-se de observações de campo, durante sete meses e entrevistas com base na metodologia da história oral com pessoas que trabalham e fazem parte da comunidade católica (toda a pesquisa se fez após o projeto ser aprovado pelo Comitê de Ética). A partir disso, observou-se as dificuldades para a manutenção de um prédio tombado, desde mão-de-obra, trabalhos básicos de limpeza, restauração, arrecadação de dinheiro, autonomia de proprietário, diversas ações que são necessárias para a preservação e a conservação do local. Ao ter um bem tombado, no caso um imóvel, este ganha novos significados e a partir disso, não podem ser reformados, alterados, ou feita qualquer manutenção sem a aprovação do IPHAN, isso dificulta o proprietário que reside, transformando manutenções em restaurações. Consequentemente, viver em um espaço tombado gera enfrentamentos e em muitas vezes o número de evasão é alto. Em São Francisco do Sul, é perceptível como as pessoas saem do Centro Histórico e se deslocam para outras áreas sem a atuação do IPHAN, sem ser uma propriedade protegida. Ter um imóvel tombado é ter uma parte da história do bairro, da cidade preservada, mas com essa história se agregam as dificuldades de manutenção, preservação e vivência em um espaço que é seu, mas ao mesmo tempo compartilha a guarda com o IPHAN. Como superar as dificuldades e manter o melhor possível um patrimônio? Quais melhores formas de se manter um bem tombado e ativo? Como viver e conviver com esses desafios?

ISSN: 1808-1665