5ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 16/10/2018 à 19/10/2018

“NOVA GESTÃO PÚBLICA” E A EDUCAÇÃO INFANTIL: O QUE INDICAM OS DOCUMENTOS DA FUNDAÇÃO MARIA CECÍLIA SOUTO VIDIGAL

Universidade da Região de Joinville , UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Educação Infantil, Relação público privado, Políticas para Educação Infantil

Este trabalho faz parte de uma pesquisa vinculada ao Grupo de Pesquisa em Políticas e Práticas para Educação e Infância – GPPEI e tem por objetivo compreender qual a concepção de papel do Estado na execução de políticas educativas para a primeira infância adotada pela Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (FMCSV). A partir desse objetivo, as análises foram realizadas, tendo como referência, a teoria de análise do discurso proposta por Fairclough (2001), sendo o córpus de análise formado por documentos disponíveis no site da fundação. Os dados analiasados indicam que essa fundação atua em várias frentes, participando nas discussões de políticas públicas para a infância, bem como na elaboração de materiais para formação de professores/as, famílias e demais atores sociais que atuam com crianças, em especial na primeira infância. No curso das análises foi possível também observar que a FMCSV não atua diretamente na execução de políticas, mas tem grande investimento em pesquisas e outras estratégias indutoras de políticas para a primeira infância. Assim, sua participação na arena de políticas públicas para infância indica ações para o fortalecimento de um novo modo de gestão pública, articulado com um novo "tipo" de sociedade civil. Seguindo essa perspectiva, as ações do Estado são divididas com a sociedade civil, a qual passa a ser concebida como lugar privilegiado para o desenvolvimento do empreendedorismo, para o investimento em tecnologia, no capital humano e na flexibilidade no mercado de trabalho (GIDDENS, 2001). Seguindo ainda nossas análises, a defesa de Estado realizada pela FMSCV acaba por reforçar uma lógica de afastamento do Estado no provimento de políticas sociais universais, e incentivam e, até financiam, iniciativas locais para atendimento de demandas sociais. Esse fato se torna ainda mais preocupante se considerarmos a frágil história de constituição republicana e de direitos do nosso país. Em outras palavras, em um país que a Educação Infantil se tornou direito em 1988, as preposições defendidas pela FMCSV são no mínimo preocupantes.

Apoio / Parcerias: Art. 171, CAPES

ISSN: 1808-1665