5ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 16/10/2018 à 19/10/2018

As Cartas de Mário de Andrade a Manuel /bandeira

Palavras-chave: Cartas, Mário de Andrade, Patrimônio

Em 1958, Manuel Bandeira reuniu as cartas de Mário de Andrade e as publicou num livro intitulado “As cartas de Mário de Andrade a Manuel Bandeira” (1958). A presente dissertação resulta de reflexões sobre o livro na perspectiva do patrimônio e da memória, pois as cartas sinalizam a preocupação de Mário de Andrade com o patrimônio advinda da efervescente discussão sobre brasilidade que ocorria entre os modernistas nas primeiras décadas do século XX. Movimento cultural que projetou vários retratos do Brasil pintados, escritos, “fotados”, musicados iniciando uma partilha da literatura com as artes plásticas o que possibilitou uma verdadeira revolução na narrativa textual e pictórica nacional (NOGUEIRA, 2015). Desse diálogo os pedaços do Brasil se revelam em diários, crônicas, histórias, músicas, pinturas, desenhos, ficção, poesia, postais e fotos. Em Mário de Andrade a concepção de patrimônio e a constituição dos registros e preservação desse patrimônio estão presentes no conjunto de sua obra literária, artística e acadêmica, mas principalmente num “gigantismo epistolar”. Assim a presente pesquisa teve como objetivo historicizar e contextualizar as correspondências de Mário de Andrade e a publicação dessas cartas em livro na década de 50, refletir sobre os discursos que constroem a ideia de Patrimônio Cultural Nacional pelos poetas, estudar as cartas como instrumento na Educação Patrimonial e como registro de experiências estéticas, na difusão das ideias patrimoniais. Conclui-se até o presente momento que nas Cartas de Mário de Andrade existe registros dos bens do Patrimônio Cultural Brasileiro, assim como se percebe através do diálogo entre os poetas que os registros desses bens estão também nas obras literárias. Ao analisar as cartas observa-se que o inventário do patrimônio não era técnico, objetivo e pragmático e sim subjetivo, nas quais as percepções, sensações e as experiências estéticas eram registradas. A pesquisa se baseia em fontes primárias e secundárias do período compreendido entre os anos de 1920 a 1950. Os dados levantados foram analisados a partir de referenciais teóricos e bibliográficos previamente selecionados. Para este trabalho contei com o livro “As cartas de Mário de Andrade a Manuel Bandeira” (1958), o acervo das Bibliotecas das Universidades de Santa Catarina, a Biblioteca Digital Brasil e o Instituto de Estudos Brasileiros. Esta dissertação está vinculada ao Programa de Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade da Universidade da Região de Joinville- SC (UNIVILLE) e a linha de pesquisa “Patrimônio, Memória e Linguagens”.

ISSN: 1808-1665