5ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 16/10/2018 à 19/10/2018

A arqueometria e a cerâmica: pesquisando a alimentação indígena da Baía Babitonga

Universidade da Região de Joinville , UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Arqueometria, Cerâmica, alimentação

A presente pesquisa visa o estudo da cerâmica arqueológica da Baía Babitonga, considerada de relevante importância para obtenção de informações que remetem diretamente à alimentação dos povos que a produziram, possivelmente Jê e Guarani, revelando tanto os comportamentos sociais e simbólicos quanto a descrição do ambiente a que esses grupos estavam sujeitos. Desse modo, o objetivo principal é a identificação de resíduos orgânicos presentes nos fragmentos cerâmicos, tanto vegetais quanto animais, a partir de pesquisas bibliográficas e análises químicas arqueométricas. As cerâmicas analisadas compõem as coleções dos sítios Enseada I e Rio Pinheiros II, localizados na região litorânea da Baía Babitonga e Itacoara e Poço Grande, sendo regiões mais distantes do litoral, e que fazem parte do acervo do Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville. Tem-se ainda os sítios Forte Marechal Luz e Bupeva II, que apesar de não realizadas as análises arqueométricas, possuem resultados bibliográficos relevantes. Diversos autores (TIBURTIUS et al, 1950/51; TIBURTIUS et al, 1954; BANDEIRA, 2004; BASTOS et al, 2014; ALMEIDA, 2017) estudaram essa região e os sítios arqueológicos com cerâmica presentes nessa pesquisa e compilando seus dados, obteve-se resultados que condizem com as análises de Espectroscopia de Infravermelho por Transformadas de Fourier (FTIR), método utilizado para identificação de composto ou a composição elementar de uma amostra. Dentre os resultados arqueométricos foram encontrados lipídios, proteínas animais e vegetais, carboidratos e minerais que comparando com restos faunísticos encontrados nos sítios a partir de escavações, como mamíferos, peixes, moluscos e matérias de origem vegetal, correspondem uns com os outros. Os dados produzidos nesse estudo estão numa área interdisciplinar, sujeitos a vários estudos de diferentes áreas de pesquisa, ou seja, com diversas interpretações que poderão chegar as mais variadas hipóteses sobre populações Jê e Guarani, produtoras de cerâmica. Essa pesquisa é financiada pela bolsa de Iniciação Científica PIBIC/CNPq e está vinculada ao projeto Patrimônio Arqueológico Pré-Colonial Costeiro – Relações entre Cultura Material e Ambiente nas Sociedades Sambaquianas (ARQOCOSTA), coordenado pela Prof.ª Dra. Dione da Rocha Bandeira, que está ligado ao Grupo de Estudos Interdisciplinares de Patrimônio Cultural (GEIPAC), na linha de Arqueologia e Cultura Material (ArqueoCult).

ISSN: 1808-1665