O papel SBS (Solid Bleached Sulfate) é uma classe de papel cartão produzida com no mínimo 80% de polpa celulósica virgem e branqueada, podendo ser revestida por materiais poliméricos, como o politereftalato de etileno (PET), para promover propriedades adicionais. A produção acelerada do papel SBS para embalagens está ligada à mudança de hábitos alimentares nos últimos anos, em que alimentos congelados ou prontos para consumo constituem a preferência da população. Deste modo, uma quantidade elevada de resíduos é produzida e estudos sobre a reciclagem e reutilização desse material são necessários. Uma das alternativas para o aproveitamento deste resíduo seria a produção de biocompósitos, na qual o resíduo é utilizado como substrato para o micélio fúngico atuar como ligante. Os biocompósitos fúngicos possuem potencial iminente, por se tratar de um material de base biológica e renovável, capaz de ser aplicado na confecção de embalagens. Fungos do gênero Pleurotus apresentam um complexo enzimático lignocelulotítico eficiente na degradação de diversos resíduos, possibilitando uma ampla gama de aplicações. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de biocompósitos, contendo 20 e 30% de inóculo e secos a 40 e 60 ºC, bem como a absorção de umidade do ar, a resistência à compressão e a absorção de água, a fim de ampliar o aproveitamento do papel cartão SBS revestido com PET. A fração de inóculo não teve influência significativa nos testes realizados, porém a fração de 20% é a mais adequada devido ao menor custo no processo. Os biocompósitos, então, produzidos com 20% de inóculo de Pleurotus sajor-caju e secos a 40 ºC foram definidos como melhor condição de processo utilizando papel cartão SBS revestido com PET, apresentando menor absorção de umidade do ar, maior resistência à compressão (0,06 MPa) e menor absorção de água (62%).